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Dia do Ipiranga

Vou lhes dizer algo que talvez não saibam.

27 de setembro é o Dia do Ipiranga.

Isso mesmo…

O Ipiranga, aquele nome de bairro em São Paulo que aparece no começo da letra do Hino Nacional – este mesmo que se canta antes de todos os jogos de futebol em Sampa e agora a garotada terá que entoar, ao menos uma vez por semana, nas escolas.

“Ouviram do Ipiranga às margens plácidas…”

Pois é.

A bem da verdade, a gente canta (ou dubla) o hino mecanicamente sem prestar a atenção devida ao que dizem os versos longos e altaneiros que, perdoem a insolência, parecem nada nos dizer.

Nos estádios, por exemplo, queremos mesmo é ver a bola rolando…

Ops.

Perdi o foco.

Esqueçamos o “ouvirundum” e voltemos ao bairro, onde vivi uma bela fase de minha vida e dizem hoje completar quatrocentos e tralalá anos de existência.

Oficialmente, o Ipiranga só se eleva à categoria de bairro em 1936. É o que consta nos registros cartoriais. Antes disso, era considerado ‘freguesia’ do Cambuci – ou seja, periferia do Reino Unido do Cambuci, onde nasci e me criei.

Foi a construção do Museu do Ipiranga na segunda metade do século 19 que trouxe os primeiros traços de urbanidade ao local. Que, até então, era visto como um grande descampado recoberto por extensa vegetação, recortado por uma trilha barrenta que unia a Aldeia de Piratininga a São Vicente, onde aportavam as embarcações que nos abasteciam.

Foi à beira dessa trilha, às margens do Riacho do Ipiranga, que, dizem lá os historiadores, nascemos enquanto Nação. Um certo príncipe regente, um tal de Pedro de Alcântara, deu o brado histórico que nos libertou do julgo da Coroa Portuguesa:

— Independência ou morte!

Alguns desses historiadores asseguram que ele deu o berro com as calças na mão. Mas, creio, este é um detalhe de somenos importância que prefiro não comentar.

FOTO no Blog: Walter Silva