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Diálogo

Então, em meio ao tumulto na área, se dá o choque entre dois atletas adversários.

E um ríspido diálogo:

— Meu caro, não se aproxime tanto que isto pode não acabar bem.

— O prezado se esquece que no escanteio anterior foi assaz grosseiro quando subimos para cabecear aquela bola que, por sinal, foi parar nas mãos do goleiro.

— Ora, ora, o distinto está equivocado. Fui um tantinho estabanado, está certo. Mas, senti que alguém segurava, com vigor, a barra de minha camisa. Só tentei me livrar desse assédio.

— Assédio? Que bobagem, camarada. Eu apenas quis conferir de que tecido é feita sua vestimenta. Me pareceu ser de fios sintéticos. O que não é lá muito recomendável para a sustentabilidade do planeta…

— Sua curiosidade e sua preocupação são louváveis. Mas, os bons modos recomendam que se peça licença antes de qualquer gesto imprevisto. Afinal, só nos conhecemos de vista. Quando muito, trocamos um “olá” assim que adentramos ao gramado.

— Nem poderia ser diferente. O ruído da torcida e essa obrigatoriedade da execução do hino nacional antes de todas as partidas, convenhamos, não permitem maiores apresentações entre, nós, contedores de teams interestaduais.

— Pois é, pois é… Mas, vamos deixar nossa conversação para outra hora. Porque o rapaz ali já cobrou o escanteio e a bola vem em nossa direção.

— Prepare-se para o salto, amigo. Esqueci de me apresentar. Meu nome é Manoel.

— Danilo, ao seu dispor. Assim que der – e meu time atacar – prometo visitá-lo em sua área.

— Venha mesmo. Estarei esperando…