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E o novo sempre vem…

O jornalista Sinval Leão participa do Seminário da Cátedra Unesco

Todos os anos a indústria da Comunicação movimenta aproximadamente 500 bilhões de dólares em todo o Planeta. Fala-se, porém, que há um mercado potencial para 3,5 trilhões – o que pressupõe que há muita coisa a ser feita, um longo caminho de conquistas e, principalmente, aprendizado.

Como preconizou a lendária canção de Belchior nos anos 70…
“e o novo sempre vem.”

Os números e o espanto foram divulgados pelo diretor-responsável da Revista Imprensa, jornalista Sinval Leão, ao participar da segunda reunião do seminário da Cátedra UNESCO de Comunicação na terça-feira (10) na Universidade Metodista do Estado de São Paulo.

Para Sinval, a aproximação da universidade com o mercado é inevitável “para o processo de antecipação dos cenários do futuro”. Da mesma forma, são vitais projetos como o “Jornalista do Futuro” que a revista realizou no ano passado, “apesar das limitações orçamentárias”. O jornalista ainda criticou a obrigatoriedade do diploma como “uma forma fascista de reserva de mercado”. Disse que só no Brasil existe essa restrição que, deu a entender, pode significar um atraso na democratização das informações.

A tendência de crescimento do mercado, segundo Sinval, é reflexo do jornalismo eletrônico e on-line que promete se espalhar e repercutir nos diversos segmentos da sociedade. “Temos que está aberto para o futuro que, certamente, vai aliar formas jornalísticas ainda não amplamente exploradas, o on-line e o eletrônico, com as de padrão tradicional”. Destacou que a própria Revista Imprensa tem se esforçado para acompanhar as mudanças “que vão preparar e antecipar os novos tempos”.

O jornalista considera que esse desafio passa obrigatoriamente pela aproximação da universidade com o dia-a-dia das redações. O projeto “Jornalista do Futuro”, que levou estudantes brasileiros para um estágio de um mês na Graduet School of Jornalism da University Columbia, é um dos valiosos instrumentos neste sentido.

“Essa experiência nos trouxe a leitura de que o futuro vem aí, e muito rapidamente”, assinalou.

No entender de Sinval, o processo mercadológico é perverso. O estresse de uma redação (com as múltiplas obrigações de horário e fechamento, um olho na notícia, outro na concorrência, a pressão do Poder etc) pode endurecer (ou seria emburrecer), paralisar o jornalista”.

Por isso, a Revista Imprensa tem aberto novos flancos de aproximação com o ensino. Durante esses doze anos de existência, a Revista sempre teve como prioridade “escrever sobre a Imprensa, sobre os homens que fazem a Imprensa”. Essa discussão pressupõe o contemporâneo e a investigação dos cenários “que antecipam o que está por acontecer em termos comunicacionais”. Por isso, além da nave-mãe que é a própria publicação mensal (com tiragem de 30 mil exemplares), a empresa Imprensa Editorial tem outros produtos como cursos, seminários e oficinas de jornalismo. Em última análise, o que se projeta é “a divulgação e disseminação das novas tecnologias”. Afinal, como Sinval lembrou durante o seminário, o lema da Revista Imprensa e daqueles que a fazem não deixa dúvidas: “Tudo, menos o óbvio”.

Sobre a obrigatoriedade do diploma para exercício profissional, o jornalista disse tratar-se de uma “inconcebível reserva de mercado, de caráter fascista, feita por decreto durante o regime discricionário imposto ao País a partir de 64”. Ao defender esse ponto de vista, Sinval garante não estar diminuindo, mas defendendo a universidade que, ressalta, “tem uma função mais grandiosa: a produção do conhecimento”. Não comentou, porém, que na prática essa regulamentação já vem sendo “furada” pelos principais veículos de comunicação de todo o País, menos por uma questão de democratizar a informação e mais, muito mais, por interesse de quem está no Poder ou em suas cercanias.

Mas, isso já é outra questão; outra história que fica para uma próxima vez…

Um próximo seminário, talvez.

* Publicado na revista Mídia Fórum, da Cátedra da Unesco e da Pós em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo.