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Inezita

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Foto: Reprodução

Aproveito este 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para lembrar e reverenciar a cantora, compositora, instrumentista e pesquisadora do nosso folclore, Inezita Barroso, que, por uma triste coincidência, morreu em 2015, também num 8 de março.

A homenagem que humilde e modestamente lhe faço – e extensiva a todas às mulheres pela data, pela luta e pelas conquistas -, permitam-me dizer, é mais do que cabível.

Inezita foi pioneira na defesa de nossa mais autêntica cultura popular.

Folclorista de mãos cheias, também quebrou tabus no âmbito da defesa dos espaços que mulher deve e pode ocupar na sociedade.

Era implacável e determinada em suas atitudes.

Imaginem o que foi, em fins dos anos 50, uma moça de voz grave e carreira consolidada no rádio gravar uma moda debochada e transgressora como Marvada Pinga?

Por fim, um estrondoso sucesso. Mais do que merecido.

(…)

Certa vez, como editor do jornal que trabalhava, trabalhei na finalização de uma reportagem que narrava a visita de Inezita a uma universidade paulistana. Veio falar sobre cultura popular aos estudantes de um curso para a Terceira Idade.

Fiquei impressionado.

Sobre a mesa de trabalho as fotos mostravam a intérprete de Lampião de Gás e apresentadora do Viola Minha Viola sorridente, abraçada ao violão, em estado de graça. Pensei no tempo que passa e parece nos escapar por entre os dedos (repare, já estamos em março e a impressão é que o ano mal começou). De uma forma sumária, refiz mentalmente a carreira de sucesso de Inezita. Do quanto ela foi popular, das chances que teve de se manter em alta na mídia e do tanto que abriu mão para ser fiel ao estilo de música que gosta de cantar.

(E que decididamente não é essa que se ouve na chamada grande mídia.)

Foi natural a constatação de que raros profissionais de qualquer ramo de atividade conseguem tamanhas coerência e dignidade em sua história de vida e o quanto isso lhes é gratificante. Faz bem para corpo e para alma, arriscaria dizer. Acredito ser bom demais poder olhar para trás, não ter do que se envergonhar e, assim, poder dizer:

“Eu fui protagonista dos meus sonhos e do meu ideário”.

Valeu, Inezita!

Minha reverência incondicional às mulheres!

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