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Minha colaboração à implantação do rugby

Tenho cá uma leve cisma.

Desconfio que, mesmo ao acaso, dei preciosa contribuição para a massiva campanha, hoje tão em voga, para a popularização do rugby no Brasil.

Aviso logo que nada tenho a ver com a bizarra dancinha que os brucutus fazem antes do jogo, a tal haka.

Como já lhes disse em diversas ocasiões, sou um empacado por natureza, ruim da cabeça e doente do pé. Portanto…

II.

Acontece que lá pelos idos dos anos 80, por obra e graça do destino, fui dar com meus doridos costados na bela e romântica Paris.

Ces’t la vie, meus caros.

III.

À época, era um trintão esbelto e cabeludo disposto à prática futebolística dia sim, outro também.

No popular, um baita de um fominha.

Não escolhia hora, nem local. Houvesse um bate-bola e lá estava eu.

Até que não fazia feio, não. E me divertia…

IV.

Por esses tempos, o objeto de desejo da rapaziada do futebol de várzea era ter um par de chuteiras importadas.

Pura frescura, pois todas eram pretas e bem parecidas.

Enfim…

V.

Nada mais natural que, estando em Paris, o Degas aqui tratasse de sair em busca de tão ilustre acessório.

Foi o que fiz.

Numa ampla loja de artigos esportivos, maravilhei-me com um par de chuteiras diferentação. Pretas, como todas; mas, dotadas de uma chapinha de metal (de pouco mais de um centimentro) sobre a biqueira de cada um dos pés.

Encantei-me com a descoberta – e paguei um razoável troco por elas.

VI.

Só quando cheguei ao País e mostrei a dita-cuja aos parceiros de bola, tomei conhecimento do bruta equívoco.

Era a chuteira do tal do kicking, o fulano que dá aquele balão pra cima, sempre que necessário.

“Em que lugar do mundo, você viu algum jogador de futebol com uma chanca dessas, ô cabeção”, alertou-me o Da Bahía, amigo de rachão desde os tempos do Cambuci.

VII.

Outro amigo, o ex-craque do Corinthians e do Sport Recife, Olívio Pitta, me salvou do prejuízo e do desconsolo. Aceitou trocá-la em sua loja, a Pitta Sports, por um par de raçudas chuteiras Adidas que usei por longos anos.

Em vista disso, caros, não me surpreenderia em ser reconhecido como um dos pioneiros do rugby no País.

A primeira chuteira, modestamente, fui eu quem trouxe…