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Na Praia da Armação…

Ao meu lado, encostado à parede externa da sede da Associação dos Pescadores e Barqueiros, o garoto João Pedro está desolado. Tem lá seus oito, nove anos e, acreditem, está ali com o mesmo propósito que eu e outros marmanjos. Aguardamos – eu, ele, a família e mais meia dúzia de turistas – o parecer abalizado do senhor que nos levaria, mar adentro, para um passeio até a Ilha Campeche, coisa de quarenta minutos de navegação, em um pequeno barco, da Praia da Armação, em Florianópolis.

“Vai a Floripa? Não deixe de conhecer a aldeia, na Ilha Campeche. É um passeio que vale à pena” – me disse o amigo Valdir assim que lhe contei meus planos de passar a semana de recesso escolar, entre 11 e 18 deste mês, na capital catarinense.

Segui o conselho do amigo, lavado e enxaguado na experiência de tantas viagens mundo afora. Desconfio, porém, que não será desta feita que conheço a tal vilazinha de pescadores, que hoje é atração turística da cidade, com igrejinha de tempos idos, feirinha de artesanato, praias de águas límpidas e restaurantes confiáveis nos pratos e nos preços.

Dito e feito.

O barqueiro se aproxima com jeitão arrastado e sem graça – e faz o comunicado em tom professoral: uma tal de maré evasiva (será que entendi direito?) não recomenda a navegação neste e nos próximos dias.

Fico um pouquinho decepcionado. Mas, só um pouquinho. Não sou assim tão chegado a aventuras náuticas – e o barcos que vejo ancorados ao meu redor, sinceramente, não inspiram confiança. Não são lá de grande porte.

Além do que, há um sol morno dando as caras por aqui (ele que andou tão arredio por esses dias) e uma caminhada pela praia não é sugestão de todo desprezível, E bem mais segura.

É o que nós, os turistas acidentais, fazemos a passos lentos, sem prévio trato.

Só o menino João Pedro demonstra total descontentamento com a notícia. E o motivo, ficamos todos sabendo pelas explicações carinhosas do pai: não, João Pedro, não estava interessado em nenhuma das atrações descoladas da aldeia. Queria mesmo fazer a viagem para ver os golfinhos que, circunstancialmente, aparecem ao redor do barco, bem no meio do trajeto.

Foi um tio “meio malucão” (provavelmente cunhado do pai) que contou essa lorota para o garoto que se amarrou na ideia e agora está inconsolável.

Quer por que quer ver as piruetas e as presepadas dos golfinhos.

Que situação!

*amanhã continua…