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O genial Paulinho da Viola

“Hoje eu vim minha nega
Como venho quando posso
Na boca as mesmas palavras
No peito o mesmo remorso
Nas mãos a mesma viola onde gravei o teu nome”

Tá liberado.

Perguntem para mim: o blogueiro fajuto – você que leva a vida pra alinhavar letrinha por letrinha, uma depois da outra – qual a letra mais linda música popular brasileira? Qual você gostaria de ter escrito?

Vou responder no ato:

“Coisas do Mundo, Minha Nega”, de Paulinho da Viola.

Aliás, trocaria todas crônicas dos meus quatro livro – e do quinto (que espero lançar ainda este ano) também. As reportagens que escrevi ao longo da vida, os quase 3 mil posts do Blog… Que mais posso oferecer?

Tudo pela singeleza poética de Paulinho nesse samba lindíssimo.

E o genial Paulinho fez mais. Muito mais.

Fez “Sinal Fechado”, fez “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, “Dança da Solidão”, “Coração Leviano”,“Bebadosamba”, “14 Anos”. “Pecado Capital”, entre tantas outras canções inesquecíveis.

Devia ter uns 18, 19 anos, atravessava a cidade para vê-lo se apresentar na Feira Permanente da Música Popular Brasileira, um quase festival, organizado por Fernando Faro em 1969. Lembro, com carinho, a primeira audição do samba “Nada de Novo” que, sei lá por quais motivos, Paulinho nunca mais cantou.

Quando da pré-estreia do documentário “Meu Tempo É Hoje” (2003), aqui, em Sampa, fui o primeiro da fila no Cine Sesc. Emocionante. Paulinho esteve presente ao lado de alguns amigos. Meio sem jeito , tentou falar algumas palavras antes da projeção, mas logo concluiu: “Bom divertimento a todos”.

No fim de semana que passou, Paulinho se apresentou em São Paulo, com show comemorativo dos seus 50 anos de carreira. Protelei, protelei, me enrosquei em compromissos tolos e acabei não indo. Falha imperdoável.

Ando mesmo muito bunda-mole. (Acho que é a idade.)