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O manto sagrado – 2

Deixei para falar hoje das lembranças que me são mais caras. Pois vêm dos tempos de garoto quando maravilhado assistia às partidas dos clubes varzeanos que jogavam nos finais de semana no campo do Jardim da Aclimação.

O Santos do Cambuci imitava o uniforme do Santos original. Jogava todo de branco. Havia uma sutil diferença no distintivo que era mais bojudo.

O República também jogava de branco. Mas, havia detalhes em vermelho na gola e nas mangas.

Os dois possuíam verdadeiros esquadrões de bola. Quando se enfrentavam, o couro comia solto. Nessas ocasiões, o Santos jogava com o uniforme 2, camisas de listas em preto e branco.

Havia ainda o São Luís e o Lago que mandavam seus jogos aos sábados. O São Luís usava um fardamento igual a da seleção paulista, também com listas em preto e branco; só que mais finas e com a gola vermelha. O Lago, para fazer jus ao nome, vinha de azul, tipo Cruzeiro de Belo Horizonte.

Aos domingos à tarde, o campo era do Aclimação, camisa azul com uma faixa transversal em amarelo. Uma Ponte Preta em cores, digamos assim.

Dos times que joguei – e não foram poucos –, ressalto:

• a do supracitado Santos do Cambuci, onde me iniciei no futebol varzeano aos onze anos, defendendo o time infantil;
• as duas da seleção do Colégio Nossa Senhora da Glória. A oficial era azul e branca com listas verticais e o segundo uniforme vinha no embalo do Boca Juniors;
• a da equipe do Casa de Galícia que era vermelha e, pasmem, de abotoar. Desconfio que veio da Espanha, pois o time era da comunidade espanhola;
• a do Huracan, da várzea do Glicério, toda grená; lindíssima;
• a do Alegria, comandado pelo amigo Sérgio Salvador. Era branca com estampas daquela bolinha sorridente em cinza claro;
• e a do Clube Atlético Ypiranga, onde encerrei, digamos, oficialmente minha deliciosa trajetória de boleiro, jogando pelo inefável Sucatão.

De todas esses mantos sagrados, o mais bonito e o que mais me emociona é exatamente o que ilustra o post de hoje. È a camisa azul de goleiro, com o número 19, que meu filho usou em sua primeira partida oficial como atleta. Foi no ano santo de 1985 – e o Ypiranga venceu o Nacional da Capital por 2 a 0.

Vocês podem não acreditar. Mas, o garoto aí fez defesas ‘milagrosas’ nesse dia.

Sei que meus cinco ou seis fiéis leitores me entendem.

Escrevi esses dois posts com as cores da saudades…