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Presente para um amigo…

Quando a gente imagina que já viveu tudo na vida, pois é…

Zap… Prepare-se, lá vem a bomba.

Euzinho, na bica dos 60, com a alma lavada e enxaguada nos becos e bocas das quebradas dos mundaréus, nunca imaginei ter que passar por essa em pleno domingão de sol.

Vejam o perrengue…

II.

23 de janeiro. Aniversário do meu amigodeféirmãocamarada, o preclaro doutor José Roberto.

Como de praxe, estou convidado para comemoração na casa do homem que começa exatamente quando chega o primeiro conviva e só acaba quando o último chatonildo se despede cambaleante e feliz.

III.

Zé Roberto se formou em Medicina no século passado, no Rio Grande do Sul.

De lá trouxe não só o canudo de emérito doutor, mas também um ágil domínio da arte de assar uma carne.

Vai daí que suas churrascadas são imperdíveis.

IV.

Só um detalhe me escapou.

Não seria de bom tom chegar à insigne mansão assobradada de Jordanópolis com as mãos abanando.

Aliás, um bom amigo como ele merece sempre nossa melhor atenção.

V.

Decidi, então, antes de aportar em tão distinta moradia, passar no shopping perto de casa para comprar um presente.

Anda pra cá, anda pra lá – e nada de achar algo com a cara e o feitio do Zé Roberto.

Nessas idas e vindas, imaginava a mesa posta, a picanha no ponto, a cerveja gelada – e eu ali naquele bate perna estéril.

VI.

Não sei se vocês já repararam, mas tarde de domingo no shopping é o que há para derrubar o astral da rapaziada.

O pessoal fica se arrastando de um lado para o outro.

Robótico. Olhos vidrados, sorriso duro e algum frisson quando encontram um cartaz de liquidação.

Precisava resolver aquela pendência o mais rápido possível.

No fundo, no fundo, eu sou mesmo um sentimental.

(* amanhã continua)