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Qualquer semelhança …

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Leio nos jornais que, neste domingo, a Operação Lava Jato completou cinco anos.

Ulalá!

Jornalistas adoram  efemérides (podemos chamar assim o aniversário da dita-cuja). Aproveitam para desentocar reportagens e análises sobre o tema.

Vamos contextualizar, dizem!

É quando o pessoal do Departamento de Documentação (ainda existe?)  tem mais procura e trabalho.

Em tudo o que leio, sobressai a constatação de que a Lava Jato elegeu Bolsonaro (concordo), fez do Moro ministro da Justiça e da Segurança Pública (concordo)  e mudou o Brasil.

Mudou?

Para melhor ou para pior, só o tempo vai nos dizer.

Apesar de que, os indícios não sejam nada auspiciosos.

As máscaras, a cada dia, se tornam mais e mais transparentes, reveladoras.

Acho curioso  que o presidente, o ilustre ministro e comitiva desembarquem nos Estados Unidos justamente em data que lhes devia ser tão cara. Que, se me permitem a sugestão, mereceria uma celebração. Uma sinfonia de paneleiros arrependidos poderia animar o nosso fim de tarde de domingo.

O que acham?

Não precisam responder.

Entendo a, digamos, discrição dos atuais Donos do Poder.

Há coisa de cinco anos onde eu estava que sequer dei à devida atenção a “criação” da Operação  que transformou o Brasil?

Puxo pela memória…

Nesta época do ano, estava em Berlim onde fui encontrar alguns amigos brazucas. Que planejavam voltar ao Brasil para assistir a inefável Copa do Mundo.

Queriam saber a quantas andava o país. O que ouviam por lá não era nada promissor.

Muita bagunça!

Bagunça?

Por aqui, havia uma onda de manifestações e protestos, lembram? Inclusive,  tinha um pessoal que ameaçava e  gritava em coro:

“Não vai haver Copa!. Não vai haver Copa.”

(Pensando melhor, com a equidistância que só o passar dos dias nos traz, era melhor mesmo que não houvesse a Copa, os gastos bilionários e os 7 a 1. Gol da Alemanha.)

No quarto do hotel em que me hospedei, dispúnhamos de TV por assinatura com mil e um canais. De língua portuguesa, só um. Da Rádio e Televisão Portuguesa.

Eu me recolhia cedo porque o frio era de dar frieiras em pinguins.

Por isso, quase todo o fim de noite eu assistia a uma mesa redonda, onde os debatedores levantavam várias questões no âmbito social, político e econômico da Terrinha e da Europa.

Batiam boca legal.

Havia um deles, um economista hiper nacionalista, que era contundente nos comentários e não se conformava com a dependência do país aos ditames da União Europeia.

Ora, pois, pois!

Achava um absurdo que as autoridades de Portugal tanto se curvassem aos mandos e desmandos da “Senhora Markel”.

Era assim que o gajo se referia à chanceler alemã Ângela Markel, então com alto prestígio no Velho Continente.

Como eu não tinha sono e os embates, mesmo no frio, eram acalorados, não me poupava em ligar a TV assim que chegava ao quarto. Me distraía um tantinho com os argumentos da turma, mas gostava mesmo quando o tal economista, já visivelmente impaciente, terminava sua participação a propor o cancelamento das próximas eleições portuguesas.

E justificava:

– Quem manda agora é a Senhora Markel. Que se nomeie, pois, a Senhora Markel rainha de Portugal!

Não sei o porquê me lembrei disso agora.

Qualquer semelhança é mera coincidência.

Mas, o portuga era divertido – e o estiloso da foto acima também não sei quem é.

Fiz a foto por fazer. Coisas de viagem…

 

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