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Velho caminhante

Foto: Arquivo Pessoal

Precisei ir ao shopping para esclarecer uma pendência que tenho com a Claro. De uns meses pra cá, a Operadora, por conta e risco, mudou o plano por mim contratado e, óbvio, majorou o preço da fatura mensal..

Alguma novidade no expediente?

Nenhuma. Não à toa as operadoras de telefonia celular lideram o ranking de queixas e impropriedades nos órgãos de defesa do consumidor.

Mas, não é este o assunto da coluna.

Com a Claro, eu me entendo prafrentemente. Até porque a rapaziada da loja foi  bastante solícita no atendimento. Além de me dar total razão, abriu até um protocolo com a minha demanda.

– No prazo de 48 horas, teremos a resposta, senhor!

Acontece que, já na saída do shopping, encontro um ex-aluno, que me reconhece e cumprimenta. Quer saber o que ando fazendo:

– Já voltou a dar aula, professor?

Brinco com ele.

Falo que a turma de 2017 – a qual ele pertencia, inclusive foi o orador na cerimonia de formatura – esgotou meu raro repertório de ensinamentos.

Por isso, não está mais no meu horizonte voltar à sala de aula.

Hoje em dia vivo do que escrevo – e só e me basta!

Simples assim.

Ele sabe da minha origem no jornal impresso. Do meu gosto pela Literatura. Se bem me lembro, como estagiário, ele trabalhou na organização de uma Feira de Livros que o curso de Jornalismo promoveu no campus da Universidade. Até por isso, creio, a pergunta se fez inevitável:

– Quando lançar um novo livro, prô, não se esqueça de me convidar. Se precisar de uma força no dia do lançamento, conte comigo.

Hoje, tive um dia de gentilezas – o que é raro e ótimo, não?

Conversamos mais um tiquinho. Mas, assim, que o rapaz foi embora – e me vi a sós, com meu café, saboreei os passos e o caminho que tive o privilégio de percorrer na dita Academia.

Tenho boas lembranças, fiz alguns bons amigos e conto com a gratidão desses eternos alunos [que mais ensinaram do que propriamente aprenderam comigo].

Sempre que eu os encontro é um momento único. De emoção e afeto.

Ao menos, é o que sente este velho caminhante.

Mesmo com tudo isso, , hoje, não me sentiria à vontade no magistério. Simplesmente porque o Jornalismo, como eu entendo e pratico, sinceramente não sei se é o que vigora no cotidiano da maioria das redações brasileiras.

As razões são muitas, tantas e tamanhas.

Assinalo uma que irresponsavelmente gera todas as outras: o dito Quarto Poder agora tem modelo de negócio quando sua única e legítima missão era ser agente de transformação e defesa do bem comum, da liberdade de expressão e da justiça social.

Sem acreditar no que se professa, é leviano entrar numa sala de aula.

Mas felizmente ainda temos notáveis exceções que fazem o chamado Jornalismo de resistência.

Paulo Henrique Amorim, por exemplo.

Acompanhe a sua TV Afiada:

Foto: Arquivo pessoal
1 Response
  • Jô Rabelo
    19, março, 2019

    Tão contundente seu texto, sinto que não estou fazendo a escolha errada.
    Obrigada , sempre!

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