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Estados Unidos e o dito pelo não dito

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Visitei algumas vezes os Estados Unidos.

Ninguém me perguntou, mas vou logo esclarecendo: não foram muitas, ok? Quatro ou cinco vezes, sempre a passeio. Não fui fazer nenhuma entrega por lá, como está tão em voga nos dias atuais.

Sabem como é?

Hoje em dia é bom ir logo avisando para que as pessoas não fiquem a maldar por aí.

Foi no tempo do Barak.

Confesso que gostei das andanças.

Conheci algumas cidades – e achei tudo nos conformes.

Um reparo: no embarque como no desembarque é um tanto chato porque os caras querem que você abra suas malas, passe por um aparelho que revela até as nossas entranhas, o fiscal do guichê fica uma eternidade olhando, desconfiado, para o seu passaporte, além daquela apreensão natural dos estranjas que chegam por lá, mesmo com visto americano e o escambau. Passo ou não passo?

Outro reparo: onde você for, tem polícia hiper, super, armada.

A sensação não é das melhores.

Mas, dá para entender!

Vou lhes confessar a impressão que me ficou dos brazucas em terras de Tio Sam.

Posso estar errado, mas faço questão de compartilhar com vocês, amáveis leitores:

Independente de idade, a gente fica maravilhado, tolo-tolo, no maior deslumbramento.

É primeiro-mundo pra cá, primeiro-mundo pra lá… Uma belezura!

Digo mais, me inclua nessa barca, por favor.

Para dar uns volteios na América, a gente veste as roupas mais estilosas. (Se for inverno então, capricha num casaco daqueles.) Mete os óculos escuros e sai por ali, por aquelas calçadas bem cuidadas, pisando macio e se achando do lugar.

É uma decepção quando, mesmo esmerilhando o inglês, os gringos descobrem, de cara, de onde somos.

– Brasileiros?

Ô decepção!

Outra característica made in Brasil é a de nos fazermos íntimos da casa. Como se fossemos o mais antigo dos frequentadores do Time Square, da Broadway,  dos cassinos de Las Vegas, do bondinho de São Francisco, bares e restaurantes etc.

Mas é nas comprinhas que a gente fica à vontade. Especialmente nos outlets. São nossos reinos. Estão todos dominados. Ninguém nos segura… Aja cartão!

Toda vez que via um carrinho, desses de supermercado, entupido de roupas, tênis e outras tantas trapitongas, era só aguardar um instante para me sentir em casa. Ao lado de uma turma de brasileiros.

Fácil reconhecer: falamos alto pra caramba.

-Quanto custa esse Nike? Noooossssaaaa, meu!! No Brasil, é milão, cara!

Em tom de brincadeira, fazia essas considerações a alguns amigos que vieram me visitar na noite passada – e um deles, o Almir, prontamente, me corrigiu:

– Você está exagerando. Não é mais assim, Rudi.

Um olhou pro outro. O outro olhou pro um…

Todos rimos.

Alguns concordaram comigo, outros nem tanto…

Tudo estava prestes a terminar em pizza.

Mas eis que surgem na tela da TV – por descuido ainda ligada e, mesmo que sem som, sintonizada no Jornal Nacional -,  as exponenciais figuras dos presidentes do Brasil e dos Estados Unidos que ontem se encontraram nos States para negócios outros.

Preferimos não comentar a pantomima dos pimpões.

Outra vez, nos entreolhamos.

Deixamos o dito pelo não dito – e vice-versa.

E fomos ouvir Sinatra…

Fotos: arquivo pessoal

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