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Relatos de um viajante parvo (8)

Michel Teló foi a trilha sonora do café da manhã do meu primeiro de ano, no hotel em Marselha. Desconfio que a moça do hotel onde estava uma penca de brasileiros quis nos fazer um agrado.

O clip de “Ai Se Eu Te Pego…” ia e voltava na TV do salão.

Em Arles, já lhes disse em post anterior, o dono da pousada nos brindou com a execução de um CD em que um cantor/compositor português interpretava Vinicius de Moraes – e inclusive mudava a estrutura melódica de algumas canções. Achei o patrício abusado – até porque estamos no ano em o Poetinha faria 100 anos – mas não posso dizer que ficou ruim.

Em um restaurante em Cannes, o sistema de som alegrou nosso almoço com a versão francesa de “Meu Amigo Charles Brow”, lembram daquele samba divertido de Benito de Paula? Pois é… Ele mesmo. Os caras até que têm certo balanço.

Na TV, vejo o comercial de uma operadora de telefonia que usa uma velha canção de Wilson Simonal como trilha para o jingle. “Nem Vem Que Não Tem”…
Seo Jorge e Ana Carolina apareceram no rádio do carro, num programa de música latina.

A indefectível “Mas Que Nada”, de Benjor, que neste ano completa 50 anos de existência (foi gravada em 1963, no antológico “Samba Esquema Novo”), tocou em lugares distintos quatro ou cinco vezes. A versão funkeada de Sérgio Mendes é um clássico para os europeus. Mas, ouvi também a versão de francês não identificado, desafinado que só. Valeu a intenção, vá lá…

A música popular brasileira ocupa espaço legal nas rádios e nos corações dos europeus – e, quando estamos fora, sentimos um misto de orgulho e emoção. Umas mais, outras menos; por vezes, até independe do nosso gosto pessoal por este ou aquele gênero.

Nesta viagem, o que mais me tocou foi ouvir acordes de “Aquarela do Brasil” cantado pela torcida do Nice durante o jogo Nice 5 x Valecienne 0. Choveu pra caramba naquela tarde de domingo em que o ‘transtornado’ aqui resolveu fazer um programa diferente – assistir a uma partida do campeonato francês. Apesar da goleada, o jogo não foi lá àquelas coisas, do frio e da chuva, foi emocionante ouvir os gringos entoarem em coro:

“Lalaralaralara…lará…
“Lalaralaralara…lará…
“Lalaralaralara…lará…
“Lalaralaralaralaaaaaaaa….
“Niceeeee… Niceeeee…