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Senegal, Senegal, Senegal…

Foto: jogadores senegaleses comemoram classificação para as oitavas/Fifa World Cup_Qatar 2022

Resenha da Copa (3)

Gostei da vitória do Senegal sobre o Equador (2×1) – e consequente classificação para as oitavas do Mundial do Qatar.

Nada contra nossos hermanos latinos.

Peço até desculpas por torcer contra.

Acho mesmo que os dois selecionados estão, digamos, taco a taco.

Apresentam um futebol mediano. Mais esforço do que técnica.

Circunstâncias da partida – um pênalti bobo e uma bola espirrada – determinaram o resultado final.

Coisas do Planeta Futebol.

Gostei da vitória do Senegal porque torço pela torcida do Senegal.

Reparem quando a TV focaliza a alegre arquibancada senegalesa. Todos no estilo, na ginga, multicoloridos.

Fazem a diferença.

Ganhou o título de “a torcida mais barulhenta” desta primeira fase da Copa.

Barulhenta, alegre e ritmada, eu acrescentaria.

Mesmo num dia como o de ontem, 29 de novembro, quando torcedores e atletas senegaleses reverenciaram a memória do eterno capitão e camisa 19, Papa Bouba Dioup, autor do gol da épica vitória do time africano contra França na Copa de 1998, quando os franceses sagram-se campeão do mundo.

O ídolo senegalês faleceu aos 42 anos, em 29 de novembro de 2020, vítima de uma esclerose lateral amiotrófica.

De quebra, numa prova de cidadania, soube que a turma limpa o estádio após a partida.

Seria uma perda, caso a equipe do técnico Aliou Cissé não continuasse no torneio.

Uma das atrações desta Copa que eu diria: ainda não pegou no breu.

Senegal enfrenta a Inglaterra no próximo domingo, dia 4, às 16 horas.

Outro jogo das oitavas já está definido: Holanda e Estados Unidos, no sábado, dia 3, às 12 horas.

Perceberam que tenho cá minha simpatia pelo futebol africano.

Vou lhes dizer que sim – e não é de hoje.

Meados dos anos 80, estava em Paris – e, sem maiores referências sobre Cidade Luz, além da Torre de Eiffel e o Museu do Louvre, minha maior diversão era caminhar aleatoriamente por ruas e becos, praças e jardins.

Lembro a tarde em que, num desses périplos, parei ao lado de um improvisado campo de futebol, onde garotos, em sua maioria negros, batiam uma bola na maior empolgação.

Eram habilidosos e fiquei, por lá, um bom tempo os admirando.

“São descendentes dos povos africanos que aqui residem. ” – alguém me alertou.

Sei lá o porquê…

Sei que eles me trouxeram à memória do tempo de garoto lá no bairro operário do Cambuci.

E, sobretudo, da empolgação dos nossos rachas no barrancão do Jardim da Aclimação, à beira do lago, onde improvisávamos nosso palco e nossa Copa entre ruas.

Também éramos uma turma, digamos, multirracial e sonhadora.

O Planeta Futebol promove esses congraçamentos e convívios.

Só quem os viveu, sabe…

Naquela tarde que se perdeu no tempo, nos arredores de Paris, juro que, por momentos, fiquei torcendo para que a bola, numa ou outra jogada se lhes escapasse do controle e viesse, pererecando, em minha direção.

Eu a devolveria com um chute certeiro.

Seria glorioso.

Um pelotaço que, por si só, bastaria para abrandar a saudade que me invadia

– e, querem saber, ainda agora, ao recordar, invade meu tolo coração.

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