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Sobre livros e autores…

Hoje é o Dia Nacional do Livro.

Gostaria de registrar aqui algumas lembranças, além daquela que ontem lhes contei sobre os primeiros livros que ganhei de meu pai…

Me deu vontade de retomar o assunto.

Logo em seguida à coleção Reino Infantil, o pai me trouxe mais duas outras séries. Eram, na verdade, enciclopédias. Um com cinco volumes; outra com três. O Velho Aldo continuava com o firme propósito de ver o filho doutor. Não sei qual o fim que esses livros levaram. Provavelmente fiz alguma doação numa das tantas mudanças de casa. Lembro que em uma dessas enciclopédias de capa colorida, garoto ainda, vi a primeira definição de jornalismo: “a expressão do pensamento social”.

Achei forte, bonito; mas demorei um tempo até entendê-la.

Não havia pensado, mas agora me bate uma dúvida sobre a possibilidade de que tal definição tenha me influenciado na escolha da profissão.

Será?

II.

Já no ginasial, lembro de certa “Antologia Brasileira” que me apresentou a autores como Casemiro de Abreu, Manuel Bandeira, Rubem Braga, entre outros. Era uma coleção de contos e crônicas. Achei fantástica. Tinha a história do cachorro Plutão, dos últimos dias de Pompéia, a poesia de Abreu sobre a infância:

"Ai que saudades que tenho
da aurora da minha vida
da minha infância querida
que os tempos não trazem mais"

Eh! eh! memória…

III.

Minha irmã era sócia do Clube do Livro e, a cada mês, recebíamos em casa um romance. Ainda tenho uns cinco desses volumes em casa, bem estragadinhos. Precisam de um bom restauro. Mas, não me lembro de um título sequer que chamasse a minha atenção.

IV.

À essa época, meu tempo de leitor era inteiramente dedicado a Machado de Assis e José de Alencar, obras que emprestava da Biblioteca do Ipiranga. Gostei especialmente de Dom Casmurro, talvez pela sedução do olhar oblíquo de Capitu.

Não sei se já lhes disse, mas sou um inveterado romântico.

V.

Durante o cursinho para o vestibular, passei em revista – e com alguma voracidade – tudo o que me caía em mãos em termos de literaturas brasileira e portuguesa. Foi um ano e tanto aquele. No primeiro simulado, lá pra maio ou junho, acertei 93 de 100 questões sobre o assunto. De quebra, a professora era bonita e apaixonante. Não perdia uma só aula…

VI.

Quando estava na USP, caí na esparrela de ler o autor alemão, naturalizado suíço, Herman Hesse. “O Lobo da Estepe”, “Demian”, “Sidarta” embaralharam minha cabeça. Lembro que passava férias em Bertioga, um lugar ermo e ainda distante. Chegávamos ali por meio de uma balsa. Andávamos pela praia, muitas vezes, sem ver viva alma. Fui me sentindo absolutamente só no mundo. Acho que canalizei o drama existencial dos personagens. A sensação era de que nunca mais voltaria a Capital para rever as pessoas queridas.

Além de romântico inveterado, tenho uma tendência a imaginar coisas. Desconfio que aí fui além das contas.