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Sol vermelho

Esqueci um livro meu (“Volteios – Crônicas, lembranças e devaneios”, que lancei em dezembro passado) na gaveta do criado mudo do hotel onde me hospedei na ilha de Santorini, na Grécia.

Como fui parar lá?

Era um sonho antigo. Aproveitei a semana de recesso na Universidade para me presentear com a viagem e a dívida com a CVC que prometo pagar em dia, em dez parcelas sem juros.

É mesmo um deslumbre a ilhota de construções alvas e múltiplas atrações culinárias.

Mesmo no outono, vale a visita.

Fiquei imaginando o povoado de Fira e adjacências (as ruelas e becos, as lojas e restaurantes, o porto e as praias, o por de sol na aldeota de Oiá e outras tantas atrações) bombando em pleno sol vermelho de verão.

Se nesta época do ano o movimento de turistas de todas as nacionalidades já era grande, imagino na estação em que o céu é mais azul e o sol se torna mais intenso a resplandecer sobre as águas do Mar Egeu.

Um espetáculo da natureza.

A muvuca deve ser ampla e irrestrita.

II.

– É quando as coisas acontecem – me diz Antônio, brasileiro e torcedor do Santos, que mora em Athenas e passava o fim de semana na ilha com a nova namorada.

Ela é grega e tem parentes na ilha.

Antônio puxou assunto porque me viu com a camisa do Palmeiras – aquela amarelinha que só tenho coragem de usar quando viajo para fora do País, aqui a coisa está braba, vide os acontecimentos de domingo em São Bernardo do Campo.

Foi educado e gentil, como aliás todos deveriam ser aqui e em qualquer lugar do mundo, mesmo com as diferentes paixões clubísticas. Deu boas dicas de onde comer e visitar e, cuidadoso, preveniu-me do vento forte que alcançaria Santorini nos dois dias seguintes à nossa conversa.

III.

Só no avião, já na volta, me dei conta do livro que esqueci no hotel e que pretendia reler para, digamos, encaminhar um novo projeto de publicação.

É um hábito que tenho. Retomo o ponto de onde parei no último livro para começar outro. Não sei o que isso representa, mas, como lhes disse, é um hábito.

Lembrei-me do livro porque poderia ter presenteado Antônio com aquele exemplar. Seria de alguma serventia. Aquele livro perdido ali, no fundo daquela gaveta, nem imagino que destino terá.

Tomara que algum Antônio ou outro brasileiro qualquer o encontre. Que faça proveito da leitura, torça para que time torcer.