Foto: Reprodução
…
Canta muito esse rapaz do The Voice/Brasil. Tony Gordon.
Tem vozeirão rasgado. Um estilo todo pessoal, elegante. Mais de 30 anos de carreira pelos bailes da vida e apuradíssimo gosto para escolher as músicas que tão bem interpreta.
Ele me lembra alguém.
Me lembra Dave de Gordon, o pai. Também cantor, de timbre personalíssimo, que vagava como raros pelo repertório de Sinatra, Ray Charles e Nat King Cole ali pelas quebradas dos anos 60, 70, 80…
Dave, desconfio, também pertenceu ao cast milionário da TV Record à época dos musicais. E fez breves aparições na Jovem Guarda e, se bem lembro, no programa do Ronnie Von, entre outros.
Mas, o habitat natural do moço (que nasceu na Guiana e veio muito novo para o Brasil) era mesmo a efervescente noite paulistana.
Deitava e rolava pelas principais casas. Só nos clássicos da música norte-americana.
Old Times…
…
Curioso a coisa do legado, do talento natural que passa de pai para filho na história recente da música popular brasileira.
Acho que é dom, bênção, sei lá.
Aí estão os filhos do Jair, da Elis, do Simonal…
Aí está o belíssimo show de Caetano e os filhos.
E a ternura com que Bem, filho de Gil e músico sensível, cuida hoje da carreira do pai.
Lá, mais antigamente, tem a família Caymmi.
Enfim…
…
Devem haver outros tantos, mas voltemos a falar da família Gordon.
Só pra acrescentar que a mãe de Tony é Denise Duran, cantora e irmã de Dolores Duran, extraordinária autora de clássicos como “A Noite do Meu Bem”.
Tony é irmão da também cantora, Izzy.
E pai do vocalista da banda Jams, William.
Falei demais…
Querem ver do que essa trupe é capaz?
Então, prepare o coração…
E, por favor (não faça como eu) segure as lágrimas.
…
Mesmo não sendo da estirpe dos Gordons, seria um equívoco viver sem música…
O que você acha?