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Tresvarios

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Nada a comentar sobre patos, gansos e demais aves afins como pedem, em tom de declarada zoeira, meus bons amigos palmeirenses, são-paulinos e o Marceleza, torcedor do Fluzão desde criancinha.

Não é hora de, camaradas.

Que me perdoem!

Trouxe de Las Vegas um dito popular e o aplico para as paixões futebolísticas – e só futebolísticas:

O que acontece no campo de jogo que fique dentro do campo de jogo!

Além do que, convenhamos, o que tem de gente pra falar de futebol na TV, no rádio e nas redes sociais é um despautério.

Tenho lá minhas convicções.

Opinião em futebol é como orelha.

De abano ou não, cada um que cuide e fique com as próprias. Orelhas e opiniões.

A bem da verdade, há outros importantes assuntos na pauta do dia.

Mas, hoje, se permitem os amáveis leitores, prefiro não enfrentá-los.

Desapego.

Por motivos outros e diversos, vagueio hoje por aquela dimensão em que a imaginação encontra o sorriso.

Ah…

Mundo mundo vasto mundo.

Como não me chamo Raimundo, não posso ser rima.

Tampouco e igualmente sou solução.

Ops…

Que vacilo!

Como fui me apropriar assim, na caradura, de um trecho dos mais célebres poemas do grande Carlos Drummond de Andrade?

Perdi o bonde e a esperança.

E encerro este bloco na levada do poeta mineiro:

Mundo mundo vasto mundo

Mais vasto é o meu coração

A propósito, ouçam uma linda canção:

Mudo de autor.

Mas,  continuo à deriva no tema.

Empresto de Vieira o recado que me é intrigante:

O amor deixará de variar se for firme.

Mas não deixará de tresvariar se for amor.

A pergunta que não se cala:

Será que tresvariamos hoje como tresvariávamos amorosa e candidamente nos idos e havidos tempos de outrora?

Será?

Com ou sem resposta, com ou sem tresvario, ouso acrescentar:

(Até porque hoje é 29, dia de comer nhoque, dá sorte. Também porque é sexta-feira, dia internacional dos que amam)

Sempre é tempo de não se deixar consumir pelo que se mostra impossível.

Sempre se faz hora de se reinventar no tresvario do amor.

Pois, o amor – ele é como a lua, resiste a todos os sonetos e abençoa a todos os pântanos.

O capixaba Rubem Braga escreveu essas linhas em 1957.

Tantos e tantos anos depois, se fazem tão necessárias e atuais. Que cá estou a replicá-lo, comovido que só, no encerramento desta crônica vaga, de pé quebrado, à espera que o dia amanheça tresvariadamente azul.

 

Foto: arquivo pessoal

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