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Tropicália

“Arrenego de quem diz
“Que o nosso amor se acabou
“Ele agora está mais firme
“Do que quando começou…

“O zóio da cobra é verde
“Hoje foi que arreparei
“Se arreparasse a mais tempo
“Não amava quem amei

Os versos do folclore nordestino, recolhidos por Caetano Veloso, redivivem, em modernidade e dimensão, na inspirada Its a Long Way, com registro no histórico álbum Transa, de 1972, quando os baianos – Gil, Caetano e a trupe — retornavam ao Brasil após exílio em Londres.

O timbre sinuoso de Caetano enche a sala do Itaú-Augusta ao fim de o
documentário Tropicália, de Marcelo Machado, que assisti embevecido no final de semana passado.

O filme é um primoroso resgate dos passos do mais revolucionário movimento musical da cena cultural brasileira.

Saio do cinema tocado pelas cenas, pelas músicas, pela coragem, pelo talento de toda uma rapaziada que, à época, fim dos anos 60, tinha pouco mais de 20 anos,

Observo as pessoas que caminham ao meu lado e que formavam a plateia. Quase todas ali são contemporâneas a mim. Pouco mais novas talvez.

Impressiona-me a ausência de jovens.

Mais do que qualquer um, eram eles que precisavam travar conhecimento desse turbilhão de sonoridades, versos e conquistas.

Seria interessante que se fizesse um projeto para levar o documentário para as escolas e universidades. A tal história de Maomé e da montanha.

É uma sugestão – e fiquemos por aqui, caros; pois não quero lhes aborrecer com discursos em defesa de nossa identidade cultural.