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Uma capela no meio do caminho

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Na boa, saí de casa sem rumo certo. A ideia era caminhar pelas ruas da Cidade antes que a chuva do fim da tarde estragasse meus planos de espairecer e, vá lá, me exercitar um bocadinho.

Quem sabe, no caminho, não topasse com algum conhecido e conversássemos sobre as notícias do dia – e, a depender do meu interlocutor, um confortasse o outro sobre as tristezas e a violência de nossos tempos.

Ah, amigos leitores, leitores amigos, não me recordo de outro momento em que nós, brasileiros, precisássemos tantos nos irmanar em prol do bem comum.

E olhem que sou lavado e enxaguado nessa montanha russa que chamamos vida. Já fui e voltei, subi e desci tantas vezes por esses trilhos que, imaginei, já tivesse vivido tantas e tamanhas que nada mais me surpreenderia.

Ledo engano, caros.

Sabem aquela brincadeira de criança de “ligar os pontos” até formar uma determinada imagem.

Pois então, caríssimos, toda vez que vou ao noticiário do dia e, por força e hábito de ofício, começo a juntar uma informação a outra, a conectar uma análise à outra, uma evidência à outra, c_o_n_f_e_s_s_o, camaradas, que as conclusões a que chego não são nada nada auspiciosas para este Brasilzão que, desconfio, era de Meu Deus.

Essas caminhadas me ajudam a refletir sobre um punhado de coisa, além de “arejar e fortalecer” meu combalido coração.

Foi o que disse o doutor que, horas antes, na manhã de ontem, me presenteou com uma fornada de exames a serem feitos proximamente.

Mas, devo reconhecer, o homem foi gentil na avaliação:

– Você está ótimo… Para a sua idade.

Não sei por quais ruas andei, quais esquinas que cruzei, sei que topei com uma capela em minha peregrinação.

Achei de bom tom entrar porque “a vida, por vezes, precisa de uma pausa”, disse o poeta Drummond – e, por outra, seria bom que eu descansasse um pouco para depois pegar o caminho de volta.

Entrei.

A igrejinha estava vazia.

Fiz uma breve oração. (Afinal, eram seis horas da tarde – hora da Ave Maria que minha mãe, Dona Yolanda, diariamente reverenciava estivesse onde estivesse.)

Descansei o suficiente. E, antes de sair, num impulso – e ainda confuso com tantos desencontros e ausências -, resolvi ler, aleatoriamente, um dos trechos da Bíblia aberta em cima do altar, dedicado a Santo Antônio que, por aqui fez fama de casamenteiro, mas em Portugal e na maioria dos países do mundo é reconhecido como o santo dos encontros.

Pedi humildemente para que o Brasil se encontre – e se revigore.

Se não, não sei não!

Com o indicador da mão direita, sinalizei o trecho que li a seguir:

Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 

Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 

 Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; 

 Bem aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 

 Bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus.

Pra mim, fez sentido – e pra vocês?

Ainda nenhum comentário.

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