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Confiar desconfiando…

"Quando estiver em dúvida, não faça nada. Apenas fique em silêncio" (White Eagle)

01. Há dez dias das eleições, creio ser hora de conversarmos sobre o assunto. Tranqüilize-se, caro leitor, não é objetivo dessas maltraçadas linhas "fechar" questão neste ou naquele candidato, neste ou naquele partido. Aliás, vale destacar o esforço que a mídia tem feito para "mostrar" os candidatos como realmente são — especialmente os que concorrem à Presidência — nesta renhida jornada eleitoral. Foram perceptíveis os avanços neste sentido. Até a Rede Globo abriu a bancada do Jornal Nacional para, em duas ocasiões, sabatinar todos os candidatos — exemplo que outros veículos e mesmo instituições representativas de segmentos sociais trataram de seguir para bem de todo o eleitorado. A gente só espera que, nesta reta de chegada, não haja nenhum deslize verdadeiramente comprometedor.

02. No próximo dia 3, último dia da campanha eleitoral, o debate decisivo vai colocar frente a frente os quatro candidatos, todos com reais possibilidades de chegar ao segundo turno. Então será hora de se ver "quem tem mais garrafa vazia pra vender", no dizer do velho Zé Jofre, saudoso amigo e dileto mestre, que durante anos e anos perambulou por nossa Gazeta do Ipiranga.

03. Jofre tinha um jeito peculiar de ver e fazer política, mesmo nos anos de chumbo do autoritarismo. Tinha convicções firmes sobre justiça social e, como primeiro ensinamento, dizia que o brasileiro deveria aprender a confiar desconfiando. Desse modo, não cairia reiteradas vezes na esparrela de tantas e tantas promessas, de tantos e tantos canastrões. E olhe que Jofre morreu antes do tragicômico episódio da eleição de Fernando Collor. Fico imaginando o tamanho da indignação do amigo se tivesse vivido o sufiente para ver a eleição de Celso Pitta mercê do encantado projeto Fura-Fila. Parece que escuto sua voz a dizer: Esses paulistanos são mesmo uns burguesinhos alienados.

04. Deixo a saudade no tópico anterior e fico mesmo com o ensinamento de confiar desconfiando. E a máxima, penso, vale mesmo para todos os cargos em que iremos votar — pela primeira vez, votaremos eletronicamente em seis candidatos para cinco funções. A saber: presidente, governador, dois senadores, deputado federal e deputado estadual.

05. A campanha se concentrou em demasia na disputa presidencial. Houve algum espaço para os governadores, outro menor ainda para os senadores e quase nenhum para os que concorrem à Câmara Federal e Assembléia Legislativa. E são exatamente esses dois cargos que podem fazer a diferença para nossa região.

06. O eleitorado do Grande Ipiranga faz normalmente cinco, seis vereadores. No entanto, raramente consegue eleger um deputado firmemente comprometido com o desenvolvimento do bairro. Por isso, a proposta de Gazeta do Ipiranga, desde sua fundação, é para que o Ipiranga vote em candidatos da região do Ipiranga. A defesa do voto, digamos, "regionalizado" pretende dar ao cidadão um maior conhecimento daquele em quem estamos escolhendo para nos representar. A proximidade aumenta o poder de fiscalização e cobrança.

07. Pelos problemas que temos enfrentado aqui na região, dá para perceber que o Ipiranga precisa de uma representatividade maior nesses dois fóruns legisladores. Significa dizer que, mais do que nunca, precisa do seu voto. Vote consciente!