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Luzes e sons

Ele acabara de levar uma traulitada daquelas.

Curvou, mas não quebrou.

Ainda estava torto, doído, pelo jeito que a ex resolveu colocar um ponto final naquela paixão.

— Ninguém é de ninguém, queridão.

Ele ouviu e se calou.

Inevitável o que viria depois:

O adeus.

— Posso quebrar a cara, mas vou tentar. Fui.

Ela disse e se foi.

II.

II.

Lambeu as feridas, estava em carne viva. Maior discrição.

Bom malandro não chia, aprendeu cedo. Não entrega o ouro aos bandidos

Foi nesse lusco-fusco d’alma que conheceu Aninha.

Olhos curiosos e jeito bom de quem imaginar saber o que quer.

E o que ela queria?

Viver o aqui e agora; luzes e sons.

Desencanada, sem temores, sem convenções.

III.

Useiro e vezeiro nas idas-e-vindas das paixões, o cara ainda tentou desistir.

Fez-se de rogado.

‘Vou entrar em outra furada, não pode ser. Mal passou uma semana.’

Ainda sofria pelo amor que se foi.

Ou não?

IV.

Só topou enfrentar a ‘baladinha’ porque os brothers insistiram.

Agora estava ali. Em meio à muvuca, diante de Aninha (ela foi logo se apresentando)…

Obra do acaso – que alguns chamam também de destino – ou não, resolveu se aproximar um tantinho mais.

Estaria mais à vontade em um show do Zeca Pagaodinho:

“Deixa a vida me levar”.

Aquilo tudo parecia uma grande celebração

V.

Já não pensava no amor de ontem quando ela lhe sorriu, facinha, facinha.

Depois do primeiro beijo, então, era outro homem.

Um homem sem passado, diria.

VI.

O presente se fez em forma de convite.

Que ela docemente topou.

VII.

Agora estavam ali, na antesala do paraíso.

Aninha dormia. Os cabelos longos, revoltos, a lhe cobrir o dorso nu, bronzeado pelo sol do Caribe.

Permaneceu em silêncio, em contemplação absoluta.

Até que exausto, ele também adormeceu, sentindo-se redivivo, encantado.

Mergulhara dentro do sonho.

VIII.

Outra vez o futuro lhe sorria.

E era só a primeira das grandes noitadas do Rock in Rio.