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Perguntas sem respostas…

01. Transcorria normalmente o simpósio médico, realizado em Fortaleza, com a presença do ministro da Previdência Social, Reinhold Stefhanes. A senhora de meia-idade levantou-se da platéia e caminhou, com passos decididos, até o microfone, onde diversos interlocutores questionavam, medianamente, as realizações do Governo FHC nessa área. Esperou em silêncio sua vez de falar e, quando se dirigiu ao ministro, foi respeitosa, mas contundente: "O senhor poderia me explicar porque, como médica que sou e trabalhando 14 horas por dia, terei que trabalhar por mais de 30 anos para receber um provento irrisório, enquanto políticos trabalham (e acentuou o tom enigmático da palavra) por oito anos para receber uma aposentadoria integral e bem alta? O ministro articulou uma resposta. Mas, se perdeu em evasivas. Não convenceu, acabou vaiado e, pano rápido, se retirou do auditório…

02. Acompanhávamos o noticiário do rádio, aqui na Redação, quando nos chamou a atenção o desabafo de uma mulher de 41 anos, profissional da área de Saúde, que está desempregada há meses. Ela se queixava da discriminação que, de repente, vem sofrendo. Dizia que onde quer que vá, em busca de trabalho, o fator idade é sempre considerado um empecilho. Chegou a ouvir de viva voz, de um dos selecionadores, que a partir de 40 anos só "com muita sorte" o brasileiro (mulher ou homem, tanto faz) terá uma segunda chance de começar em novo emprego — e tanto faz se é especializado ou não. Inconformada, ela perguntava ao repórter a faixa etária das figuras mais proeminentes do Governo e da política nacional. Mais de 60, certamente – ouviu como resposta. "Por que eles podem… e nós não?", choramingou. Os privilégios são sempre para os mesmos.

03. O presidente francês, Jacques Chirac, chega ao Brasil, com clareza de propósitos. Quer retomar a parceria bem-sucedida de outros tempos, quando os negócios entre os dois países eram mais freqüentes e, no ponto de vista francês, proveitosos. Chirac entende também a liderança do Brasil (ao lado da Argentina) na consolidação do Mercosul e pretende trabalhar firmemente para que o Mercado Comum Europeu e o nosso Mercosul encontrem um denominador comum de promissoras conquistas. Acredita que a estabilização das economias e dos governos democráticos transformou os países da América Latina num mercado bastante interessante. Só um senão incomodou a comitiva de Chirac durante sua estada por aqui: Como um País tão grande, com tantas terras improdutivas, pode ter problema de ordem fundiária? Por onde anda a autoridade de um governo, que se diz apto a lançar o Brasil no Terceiro Milênio e tanto fala em reeleição, que não põe em prática a propalada reforma agrária, que já foi até tema de novela? A questão dos sem-terra é algo que os europeus não conseguem entender.

04. Nesta semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que as reformas (administrativa, política e tributária) são mais importantes que a reeleição. Por isso, todos os segmentos que estão com o Governo devem trabalhar, com determinação, para que se estabeleçam o mais rápido possível. Aí, é que vem a perplexidade. Alguém poderia me responder qual foi o maior interessado na aprovação da reeleição pelo Congresso Nacional?

05. E o escândalo dos precatórios? A cada dia, aparece uma nova pista e outras dezenas de envolvidos. Será que vai terminar em pizza ou vão culpar só o Pitta? Não precisa responder — diria aquele velho personagem de humor. A gente só queria entender…