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Que venha o segundo semestre…

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Assisto à missa do padre Marcelo – e, curioso, chama a minha atenção o tanto de vezes que o padre-cantor nos alertou para que este domingo é o último dia do primeiro semestre de 2019.

– O tempo passa muito depressa, alertou ele.

Há um verso de uma antiga canção (“O Tempo”, Reginaldo Bessa) que os amigos leitores já devem saber de cor de tanto que eu aqui, no Blog, o repeti:

O tempo não para no porto

Não apita na curva

Não espera ninguém

Dá o que pensar, não?

Sobre o caminho que percorremos.

Sobre o que fizemos.

Sobre o que deixamos de fazer.

Dá o que pensar.

Sobre o que somos, e o que seremos.

Sobre os passos que daremos em nosso cotidiano caminhar.

Não sei bem o motivo que, de volta para casa e pensando na instantaneidade dos dias, lembrei um pensamento que encontrei no Mercado do Ouro em Dubai:

O mundo se divide em duas partes.

A visível e a invisível.

A visível nada mais é do que reflexo da invisível.

A tradução foi da guia brasileira que conduzia o passeio.

Estranhei aquele alerta justamente naquele lugar; em tese, de absoluto desfrute materialista.

A moça – que vive nos Emirados Árabes há alguns muitos anos – justificou o espanto, que não era só meu, diga-se, diante do possível paradoxo:

– Quem vive por aqui, às margens do imenso nada que é o deserto, entende logo a dimensão do infinito. Não se preocupa em medi-la pela métrica dos homens; mas, sim, do inexplicável.

“Quem não desconfia de si próprio” – acrescentou – “não merece a confiança dos outros”.

Fim de tarde no Dubai Mall

Eita domingo de ensolarado inverno!

Por onde me tu levas?

Saio da missa, lembro a bela canção que poucos conhecem, os dias em que visitei Dubai, as longas horas de voo, o calor de embaçar as lentes dos óculos, o espanto daquela paisagem toda que une a lenda do deserto à euforia desafiadora dos prédios de arquitetura imponente. Misto de passado e futuro, no exato momento do presente.

Mistério sempre há de pintar por aí…

Contam que, quando garoto, Bertrand Russell teve um sonho pertubador.

Sonhou que havia sobre a mesa de estudos, em meio às suas anotações, uma folha de papel onde se podia ler:

“O que se diz do outro lado não é verdade”.

Sem pensar, o futuro matemático e filósofo virou a folha e leu:

“O que se diz do outro lado não é verdade”.

Ao despertar, ainda atarantado, procurou o bendito papel na mesa – e nada encontrou.

Mas, levou o recado a sério.

Pois, então, meus caros, que venha o segundo semestre.

Bom domingo, e bom restinho de ano a todos nós.

 

Fotos: arquivo pessoal

 

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