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Quem sou eu, minha cara…

A moça diz pertencer ao séquito de meus fiéis cinco ou seis leitores.

Escreve que estou lhe dando “um perdido”, pois não respondo aos emails que me enviou, com questões que “aguçam” sua curiosidade.

Quem sou eu, minha cara…

Especialmente agora que o Senado aprovou o fim do sigilo eterno para os documentos, uso o espaço deste modesto blog para tornarem-se públicas as respostas.

Vamos a elas, pois:

O que me leva a blogar diariamente?

Pergunta que carece de resposta objetiva que, juro, não tenho.

Rubem Braga lavrou que escrever crônicas – como ele tão bem fazia – é como andar “vivendo em voz alta”.

(Aliás, expressão que virou título do recente livro do Miguel Falabella.)

Por vezes, conforta-me o desafio diário de alinhavar (mesmo que de forma chinfrim) uma letrinha após a outra, após a outra… como um encontro comigo mesmo, e por extensão e honra com todos vocês.

O que me tira o sono?

Não ter o que escrever no dia seguinte, e no seguinte ao seguinte.

Valho-me de outra citação de Braga:

“O cronista de jornal é como o cigano que toda a noite arma sua tenda e pela manhã a desmancha, e vai.”

Se tenho inveja de algo ou de alguém?

De quem sabe tocar violão. Esses caras que fazem do instrumento extensão de seus braços, da sua musicalidade e da sua poesia.

Há um verso de Caetano, em Tigresa, que me dá razão:

“ As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina
Que ela disse, não
E eu corri para o violão
Num lamento
E a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento”

Tem saudades de quê?

De jogar futebol. Como joguei durante toda a minha vida até os cinquenta e tantos anos. Tinha quase trinta quilos a menos e a ilusão de que era um craque.

Qual história gostaria de ter escrito?

Já escrevi aqui em tempos idos. Mas, repito gostosamente.

Não é exatamente uma história, mas um verso:

"Quem sabe
O super-¬homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher”

(Superhomem, a canção – Gilberto Gil)

Gosto daquela cena de um velho filme do Superman: o herói faz o tempo retroceder para ter nos braços a mulher que ama.

Inspirou Gil no verso acima.

A mim, serve diariamente.

De encantamento e consolo.

Em vão, tento reescrevê-lo.