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Vagamente

Maciel andava descorçoado por conta disso, daquilo e daquel’outro.

Pendengas da lida diária, todos as temos. Mas há dias em que as tais batem e ferem.

Junte-se a esse balaio “uma paixão mal resolvida”, como diz a canção de tempos idos.

Versos dos manos gaúchos Kleiton e Kledir:

“Não quero ficar na sua vida

Como uma paixão mal resolvida

Dessas que a gente tem ciúme

E se encharca de perfume

Faz que tenta se matar”

Ele e Diva não eram, nem deixavam de ser, se é que me entendem.

Imaginavam-se.

Prometiam-se.

Enredavam-se.

Adiavam a hora H do dia D.

Não iam além da promessa.

Diva também não vivia lá seus melhores momentos.

Terminara um romance morno – ou nem tanto, pois doeu mais do que pensara.

Começou em novo emprego. Ainda estava, digamos, em período experimental.

A cabeça andava a mil.

Não cultivava certeza alguma. A não ser a de estar à procura.

Maciel poderia ser a seta e o alvo.

Mas, isso reduziria – e muito – outras possibilidades.

Talvez fosse cedo para novos sofrimentos.

Gostava de estar com ele, mesmo quando usava a tal aliança de compromisso.

E só não foram mais e melhor porque ela sabia mantê-lo à distância.

Distância tanta e tamanha que, de tanto se esquivar dos convites, ficaram semanas sem se encontrar.

Não queria, não podia se envolver.

"Ainda é cedo, cedo, cedo…"

Coisas de mulher, coisas de Diva.

Ele a fazia feliz.

Ao seu lado, sentia-se acolhida, amada, protegida, como nunca fora.

Não entendia o porquê da ausência que forçara, do vacilo que lhe tolhia e do medo de dar o passo que faltava.

(…)

Lá nos confins d’alma, ela – melhor que ele – entendia a verdade verdadeira da vida e dos amores.

Nada é para sempre.

E foi assim vagamente que tudo terminou, antes mesmo de começar.