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Uma velha canção do Roberto

"Caminhando e cantando e seguindo a canção" (Geraldo Vandré)

01. Eles caminharam da avenida Nazaré até a Redação de Gazeta do Ipiranga na ensolarada tarde de quarta, dia 12. Traziam, em forma de canção, um agradecimento pelo nada que lhe fizemos ao longo desses anos. A bem da verdade, foram — e são — as páginas do nosso jornal que sempre se enriquecem quando divulgamos as atividades do Centro Conviver que trabalha na recuperação e integração de pessoas excepcionais. Felizmente para nós e para eles os eventos se sucedem com louvável freqüência — o que, certamente, os torna mais felizes e nos permite a oportunidade de admirar ainda mais o trabalho da psicoterapeuta Maria Angélica e seus valorosos colaboradores.

02. Mas, como dizia, eles caminharam alegremente. Vieram fazer uma serenata em plena luz do dia para os amigos de Gazeta do Ipiranga. Cantaram uma velha canção do Roberto, (Como É Grande Meu Amor Por Você), transformaram a Redação numa grande festa, emocionaram a todos e foram embora como anjos que renovam a realidade com um breve toque de pureza e encantamento…

03. Belíssima lição de vida. Quantos de nós, por questões menores e sem real importância, esbravejam contra os descaminhos da vida, que não é justo, que isso e aquilo. Quantos de nós não estão aí a empilhar letrinhas e preencher os espaços que nos cabe com Nicéas, FHCs, ACMs, Malufs e afins. Nada que verdadeiramente valha a pena. Nada que verdadeiramente construa o tal Brasil de todos os brasileiros. Daí, o exemplo de despreendimento e luta que a turma do Conviver nos dá chega a ter cunho de um agente transgressor… Ousai ser feliz, caro irmão. Apesar de a felicidade ser politicamente incorreta em tempos de crise, vale a pena arriscar um sorriso, uma canção, um muito obrigado. Vale a pena — sempre vale! — um breve gesto de ternura. Todos ganhamos…

04. Sempre que falo aos estudantes de jornalismo, insisto na função social que é inerente a profissão. Temos que obrigatoriamente, enquanto historiadores do cotidiano, atuar firmes no sentido de mudar um quadro social que nos é amplamente desfavorável. Mas, confesso que, por maiores que sejam nossos esforços, nada se compara a essa vitoriosa experiência do Conviver. Uma experiência, aliás, que se mantém às duras penas — e com a imprescindível ajuda de alguns poucos abnegados. Claro que a Instituição passa por dificuldades, mas as enfrenta com determinação e coragem, sempre movida pelo secular ensinamento de amar ao próximo como a si mesmo.

05. Eis um mandamento fácil de ser falado e tão difícil de ser vivenciado. Assim como é extremamente raro encontrar uma pessoa sorrindo na rua ou mesmo a cantar em prol de um mundo melhor. A serenata à luz do dia ensinou mais: o tempo é apenas uma convenção. Nem amanhã. Nem ontem. Só o hoje existe — e está mais do que na hora de ser feliz. Todos nós…

NR: O Conviver fica na rua Conde José Vícente de Azevedo, 60. Telefone: 6591-2288. Atende atualmente 20 excepcioniais. E está promovendo duas campanhas que arrecadam jornais velhos e latinhas de alumínio. Ajudem!