Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Diretas Sempre

Devo-lhes um esclarecimento.

Aproveito o domingão para fazê-lo.

Seguinte.

É de autoria do saudoso Henfil a ilustração que tenho usado – esta, aí ao lado – para as colunas da semana que passou [e penso que continuarei usando, dado aos acontecimentos que nos envolvem].

Trata-se de uma estilização, no melhor estilo que este grande brasileiro Henfil fez de outro grande e notável brasileiro, o então senador Teotônio Vilela, à época das Diretas Já.

O senador era chamado de o Menestrel das Alagoas (seu estado de origem) por ser um pioneiro na grita pelas Diretas, ali, pelo começo dos anos 80.

II.

Mesmo com a saúde fragilizada por um câncer, Teotônio Vilela enfrentou os ditadores de plantão e se propôs a percorrer os quatro canto do País na defesa do legítimo direito do povo escolher o próprio presidente.

Infelizmente, o senador morreu semanas antes da primeira manifestação suprapartidária pelas Diretas que ocorreu em 30 de novembro de 1983, aqui em São Paulo. Na praça Charles Muller, em frente ao Estádio do Pacaembu.

III.

A mobilização pelas Diretas-Já ganhou corpo em 1984, com showmícios que reunia artistas, intelectuais, políticos e líderes dos movimentos populares que se sucediam em todos os estados brasileiros.

Foram manifestações inesquecíveis, de civismo e cidadania.

IV.

O senador não pode vê-las. Mas, em muitas delas, um enorme boneco, de 4 m4tros de altura, com suas feições, se fazia presente em meio à multidão. Era comum também a particpação da cantora Fafá de Belém nos palanques a interpretar os versos de Milton Nascimento e Fernando Brandt, feitos para homenageá-lo:

“Quem é este peregrino?
Quem é este menestrel?”

A resposta estava no coração dos brasileiros:

Teotônio Vilela, o menestrel das Alagoas.

V.

Se hoje vivemos momento semelhante, sinceramente: não sei.

Somos um povo dividido que desaprendeu a sonhar.

Que não sabe em quem confiar.

Que teme o que está por vir…

Mas, se alguma saída há, não duvido: esta passa pelas novas gerações e pela construção de um Brasil de todos os brasileiros. Sem ódio, intolerância, preconceito e firmemente amparo na justiça social.

Diretas Já. Diretas, sempre.