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Escribas e autores

Um texto legal que apresenta um livro legal – e bem oportuno:

“O monge franciscano e filósofo do século XIII, Giovanni Fidanza, que foi canonizado como São Boaventura, classificou as pessoas que se dedicam a fazer livros em quatro grupos: os escribas, os compiladores, os comentadores e os autores. Uma classificação semelhante para aqueles que produzem reportagens com denúncias iria colocar no primeiro grupo os que relatam investigações oficiais sem nenhuma apuração adicional relevante. No último estariam os que fazem de investigações próprias a parte principal de suas reportagens. Para São Boaventura, todos os integrantes dos quatro grupos de “fazedores de livros” são escritores. Da mesma forma, todos os que produzem reportagens sobre irregularidades de autoridades são jornalistas. Só que uns são escribas, outros são autores – e não é bom confundi-los.”

II.

O livro chama-se “Os Novos Escribas – O fenômeno do jornalismo sobre investigações no Brasil” e é de autoria de Solano Ribeiro, do pesquisador e professor do jornal-laboratório da Universidade de Brasília.

III.

Em ano eleitoral, é oportuna e necessária a reflexão sobre o papel da Imprensa na divulgação deste ou daquele escândalo público. A maioria dos quais plantados nas redações por agentes interessados nas denúncias. Seja por motivos eleitorais, seja por outros motivos quaisquer.

Quase sempre os repórteres – por falta de tempo ou mesmo de iniciativa, quando não por restrições editoriais – ficam à mercê desses encaminhamentos, não se aprofundando na apuração de todos os lados da questão, como manda a regra do jogo do bom jornalismo.

IV.

Na manhã deste sábado, aliás, é também oportuno que façamos – todos nós que lidamos com a Comunicação – uma sincera reflexão sobre a espetacularização do caso da menina Isabella, de ampla repercussão midiática…

Mas, isto é assunto para um próximo post.