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Falemos de Sônia Braga…

O festival de cinema “La Orquídea” de Cuenca, cidade no sul do Equador, abre hoje (24) sua sexta edição com a presença da atriz Sônia Braga como convidada de honra. Ela receberá um prêmio por sua carreira.

(…)

Leio a notícia no Uol – e não tenho como fugir à grata tarefa de lhes falar de Sônia Braga, a mais impressionante atriz da minha geração.

Aliás, me perdoem a deselegância, pois já comecei revelando nuances da sua idade. Isso, um cavalheiro não deve fazer jamais.

Finjam, por favor, que não leram as linhas acima?

(…)

Como assim, caríssimo leitor?

Tarde demais?

Mais uma vez, mil perdões, Sonia.

Sigamos, então!

(…)

Ela começou como a partner do Garibaldo e outros bonecos no infantil Vila Sésamo – e ganhou o Prêmio de Revelação Feminina naquele ano.

Foi uma das inspiradoras de Caetano na lindíssima – e emblemática – “Tigreza”.

Desconfio que são para ela os dolentes versos que dizem:

Ela me diz que é atriz

E trabalhou no Hair

Com alguns homens foi feliz

Com outros foi mulher

São a cara de Sônia!

Outras musas da mesma canção são as atrizes Zezé Motta e Regina Casé.

(…)

Protagonizou uma novela de estrondoso sucesso “Dancing Days” ainda hoje citada como um dos marcos da teledramaturgia brasileira.

Mais:

Fez, de forma impecável (embor pecando muito em cena), as amadianas personagens Gabriela (para a TV e o cinema) e Dona Flor (para o cinema).

Creio mesmo que essas interpretações são as que ainda hoje sobrevivem na memória da nossa gente quando se cita as duas notáveis referências da nossa Literatura que migraram para a tela.

Diria mesmo que nunca houve um Nagib como Armando Bógus assim como Gabriela é Sônia Braga, primeira e única.

(Sorry, Juliana Paes, também foi bem no papel de Gabriela no remake da novela, mas…)

Só quero lembrar, antes de encerrar o bloco, que na versão de Gabriela para o cinema, o Nagib foi ninguém menos que Marcello Mastroianni e que o trio Sônia, Mauro Mendonça e Zé Wilker é imbatível na montagem cinematográfica de “Dona Flor e Seus Dois Maridos”.

(…)

La Braga alucinou os homens deste país ao (mais do que interpretar) encarnar a Solange, de “A Dama do Lotação”, de Neville D’Almeida.

Inspirado num quentíssimo conto de Nélson Rodrigues, o filme foi rodado em 1977/78, reuniu um elenco de primeira: Paulo César Pereio, Jorge Dória, Cláudio Marzo, Nuno Leal Maia, Yara Amaral, todos vivendo grandes momentos em suas carreiras. Mesmo assim, o filme é da estonteante Sonia ‘Solange’ Braga, a versão apaixonante e bem brazuca de La Belle de Jour

(…)

Leio que, no embalo da premiação, o filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça, foi o escolhido para abrir o festival “após receber 33 distinções internacionais e ser o único filme da América Latina entre os 21 candidatos à Palma de Ouro em 2016”.

Vale o reconhecimento que nós, brasileiros, por questões de intolerância ideológica, não soubemos lhe dar. Merecia uma carreira melhor por aqui.

Quanto à La Braga, todo o reconhecimento que pudermos lhe fazer, ainda ficaremos em falta.

(…)

“Trem das Cores”, outra canção dedicada a ela por Caetano Veloso.

Desta vez, por motivos, digamos, bem pessoais…

*foto: divulgação

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