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Guirlandas de Natal

Ando tão à flor da pele que nem me dei conta do fim de ano que se aproxima. E dos laraiás todos que chegam com as tais efemérides.

Meu espírito natalino só é compatível com os níveis de água do Sistema Cantareira – abaixo de zero.

Grave, muito grave. Nem o volume morto da memória de natais idos e vividos dá guarida a algum entusiasmo em minha alma amarfanhada e combalida.

É bem provável que, como as chuvas de ontem deram alguma esperança à seca paulistana, o passar dos dias me tragam o alento para alegria costumeira nessas ocasiões.

É mais ou menos assim que as coisas funcionam comigo. Só que tem ano que é mais assim que outros.

2014, vocês bem sabem, não foi lá essa boniteza toda, não.

Nem falo da escolha da nova equipe econômica. Lembro apenas que…

… Gol da Alemanha.

Que dureza!

II.

Dei conta do correr dos dias e da data porque as moçoilas aqui, da empresa, estavam hoje pela manhã enfeitando a nosso bucólico local de trabalho com os tais adornos natalinos – aquelas faixas verdes que imitam ramos e as indefectíveis luzinhas chinesas, além de outros parangolés de praxe.

Não dei grande atenção à decoração. Involuntariamente, balancei a cabeça e nada disse.

Elas entenderam que eu estava desaprovando a montagem.

Logo ouvi a repreensão, jogada ao léu, de uma delas:

– Nossa que mau humor!

No que a outra, que trabalha há mais tempo comigo, retrucou:

– Liga não. Ele está no inferno astral. Sabe como é, né?

III.

Putz.

Logo logo, semana que vem, emplaco 6.4.

É um longo e sinuoso caminho, como canta sir Paul McCartney.

Não tenho lá grandes feitos para lhes contar. Nem livro novo lancei neste ano.

Mas, também não posso reclamar do que vivi – e vivo.

Fico a refletir sobre o tudo e o nada e, independente das guirlandas de Natal, me proponho a seguir em frente, deixando pelo tal e inefável caminho “a casca inútil e dourada das horas”.