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Gylmar e De Sordi

Desde que se entendeu como gente (e ‘gente é pra brilhar’, como ensinou o poeta), o Tchinim teve o futebol como referência de vida e sonho.

Idos dos anos 50. A família toda oriundi era palmeirense; ele, também. No entanto, os ídolos do garoto podiam envergar outras camisas. Era assim com Pelé (Santos), Garrincha (Botafogo), Canhoteiro (São Paulo) e outros e tantos que o faziam delirar com a possibilidade de um dia, quem sabe?, ser igual a um deles.

Gylmar e De Sordi, os craques da seleção de 58 que ontem faleceram, pertenciam a esse time.

Tchinim admirava a firmeza do zagueiro lateral direito (como se dizia à época) na marcação daqueles pontas que driblavam e corriam mais do que notícia ruim. Meu pai dizia que ele era um cara de sorte, pois jogava no mesmo time de Canhoteiro, o São Paulo. Assim não tinha que enfrentá-lo, com seus dribles desconsertantes diante dos torcedores entusiasmados.

De Sordi foi titular da Copa de 58, barrando Djalma Santos que só jogou a final.

Ficou um tantinho esquecido por isso; não merecia…

Gylmar merece um capítulo à parte.

Nunca houve ninguém tão senhor de si debaixo das traves.

Ainda hoje, já marmanjo e por isso mesmo sem que ninguém o chame de Tchinim, o homem se lembra de Gylmar dos Santos Neves sempre que alguém lhe fala sobre quem seria o melhor goleiro de todos os tempos.

Pode até pensar em vários nomes que viu jogar ao longo desses anos todos. Castilho, Poy, Valdir Joaquim de Moraes, Yashim, Leão, Dino Zoff, Taffarel, Marcos… Mas, a imagem que vem à mente do velho torcedor, soberana e onírica, é a de Gylmar.

Esguio, elegante, impávido… Único.

Que Deus os tenha…