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No deserto…

Já que estava em Dubai seria inevitável fazer o tal passeio até o deserto.

Passeio que incluía, entre outras cositas, serpentear pelas dunas sacolejando dentro de uma possante Land Rover, contemplar o pôr do sol, visitar um acampamento onde haveria jantar com iguarias locais e espetáculo de dança. Além do que, o ‘pacote’ também oferecia, entre outras atrações, uma voltinha pelos arredores do acampamento em cima de um rebolativo… camelo.

II.

Sejamos sinceros: nem eu (nessa fase da minha vida), nem o camelo (fosse quem fosse o tal) mereciam viver a inédita experiência.

Ele, porque nada de mal fizera para sucumbir embaixo dos meus redondos 100 quilos.

Eu, porque não gostaria de lembrar minha localização à Senhora Dor nas Costas que se manifesta, de tempos em tempos, especialmente quando me meto a fazer o que não devo.

Já viram os riscos de se montar um camelo?

Procurem no You Tube…

III.

Nessa toada, e com alguma cisma, encarei o périplo aos confins do deserto numa ensolarada tarde à beira dos 40 graus.

Saímos do hotel lá pelas quatro da tarde.

Depois de rodar por quarenta minutos em uma moderna e bem pavimentada rodovia, o ‘piloto’ da Land Rover embicou o veículo para fora da estrada. Deu uma parada – e nos avisou de algo que meus rudimentares conhecimentos do idioma inglês não me deixaram entender.

IV.

Só fui compreender o que ele tentou nos dizer quando começou o sobe-e-desce, o vira-e-volta, o salta-e-breca do carro (com a gente dentro) sobre o enfileirar de dunas que se sucediam em um horizonte sem fim.

Tal e qual o mais simplório dos bugueiros de Natal, o gentil motorista tentou nos alertar, com a singela questão existencial:

– Com emoção ou sem emoção?

Como nada dissemos, o moço entendeu que era para enfiar o pé na jaca. Quer dizer, no acelerador. E tome se agarrar no ‘santo antônio’, providencialmente colocado ao alcance dos passageiros, para se manter minimamente equilibrado e a dignidade dentro do veículo.

V.

Dei graças a Alá quando avistei o tal acampamento e a Land Rover se pôs a deslizar serenamente, em linha reta, na direção do dito-cujo.

Estava enjoado que só – e, ao descer do carro, senti que o deserto e seus personagens rodopiavam lentamente ao meu redor. Imaginei que fosse a forma de me saudarem com boas vindas.

O camelo, inclusive.

VI.

Demorei alguns minutos para me recompor e vivenciar uma das mais belas e mágicas experiências da minha vida.

Foi bem divertido.

Uma sensação inebriante assim como a de quem vê o mar pela primeira vez.

A imensidão de cores no entardecer – e seus mistérios.

VII.

Quanto ao camelo, lá pelas tantas ousamos nos defrontar.

Olhamos firmemente um para o outro.

Havia um tom de desafio que, por fim, se transformou em uma mútua indiferença.

Segue sua vida que eu sigo a minha…

 

*Foto: arquivo pessoal

 

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