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O inesperado das eleições paulistanas

1985 – Jânio
1988 – Erundina
1992 – Maluf
1996 – Pitta
2000 – Marta
2004 – Serra
2008 – Kassab
2012 – Haddad

Desde o fim da Redentora, esses foram os prefeitos eleitos pelo voto em São Paulo.

Dá para perceber o quanto o eleitorado paulistano é volúvel, e imprevisível.

Há nomes de todas as matizes ideológicas.

Surpresas não faltaram. Sempre de última hora.

(…)

Foi assim com o ex-presidente Jânio Quadros ao bater o então senador Fernando Henrique Cardoso no célebre episódio “das nádegas indevidas na cadeira da Prefeitura”.

Repetiu-se o fenômeno com a avalanche Erundina no pleito seguinte. Venceu o favorito das pesquisas, Paulo Maluf, em uma eleição em que havia apenas um turno.

A vitória de Maluf era previsível. Já a de seu pupilo Celso Pitta foi outra prova da imprevisibilidade. Uma animação de um pseudo novo meio de transporte, o Fura-Fila, há quem diga, foi determinante para consolidar a preferência do eleitor.

Marta aproveitou o bom momento do Partido dos Trabalhadores, ainda imune às críticas, para garantir a vitória na eleição da virada do século. Diria que um prenúncio de que Lula era forte candidato à Presidência dois anos depois. Pelo perfil conservador do paulistano, Marta prefeita, passeando de Chanel pela periferia, era uma emblemática imagem do que viria.

(…)

Serra e Kassab se revezaram na sucessão de Marta e do PT. Analistas políticos entenderam que este foi um contraponto natural ao momento político que o Brasil vivia.

O eleitor de São Paulo e o PT nunca se bicaram. Desde 89, com a eleição de Collor, essa rejeição se fez presente. Em todo o Estado esse contexto é indiscutível. Basta ver o tanto de anos que os tucanos estão no Governo de São Paulo.

Até por isso – e também insuflado pelos bons resultados do Governo Lula, Fernando Haddad se elegeu prefeito nas últimas eleições. Também de forma inesperada.

(…)

Fiz toda essa linha do tempo, com breves comentários, para registrar aqui minha impressão sobre o pleito de domingo que vem.

As pesquisas de intenção de votos, divulgadas ontem e hoje, causaram muito barulho – e algumas comemorações antecipadas.

Pelo tanto que já vi e vivi como repórter, em diversas coberturas políticas, eu não descartaria a chance de nenhum dos quatro candidatos – Dória, Russomano, Marta e Haddad. Por um motivo muito simples: mais de um terço dos eleitores ainda não decidiram em quem votar.

(…)

O colégio paulistano beira 9 milhões de eleitores.Ou seja, mais de 3 milhões ainda procuram – ou preferiram não declarar – o escolhido.

Portanto, como diria meu avô Carlito (que era chegado numa jogatina), os dados ainda estão rolando…