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O mensalão e a objetividade

A história tem algum tempo. Parece-me até que já a registrei aqui em tempos idos, quando a novela do “mensalão” começou.

Diante da atualidade dos fatos, não resisto a tentação de recontá-la, com um final distinto.

É o seguinte…

O professor universitário entra na sala de aula e propõe aos estudantes um exercício escrito sobre o tema. Faz uma brevíssima exposição e passa a tarefa do dia:

“Escrevam a opinião de vocês sobre esse problema.”

Segundos depois paira o silêncio no local.

Todos escrevem o que pensam e acham. Escrevem e escrevem.

Quando termina o horário, todos saem para o intervalo exaltando o seu ponto de vista, com eloquência e vigor.

Na volta para a segunda parte da aula, o professor anuncia outro trabalho escrito sobre o mesmo tema.

“Agora, meus caros, escrevam tudo o que vocês sabem sobre o mensalão. Nomes dos envolvidos, datas, ordem cronológica dos fatos, discussões no Congresso…”

Um zunzunzum se estabelece na sala de aula.

Os estudantes estão alarmados com a crueza da solicitação do professor. Sabem um ou outro nome, descrevem um ou outro caso; mas, nada que esgota o assunto.

O professor faz então o comentário:

“Mas, que profissionais de Comunicação vocês querem ser? Têm opinião formada e implacável sobre algo que não conhecem…”

Na ocasião, fiz coro à indignação do meu amigo professor. Só por ouvir falar de determinado assunto, a rapaziada deixa se influenciar e forma opinião superficial e, não raras vezes, inarredável.

Hoje, coloco em dúvida a própria opinião.

Acompanho como posso o robusto noticiário sobre o mensalão. Não contente, vez ou outra, ainda me posto á frente da TV para espiar a quantas anda as robustas perolações dos nobres juízes.

Ando confuso, confesso.

Mas, dá para concluir – ainda que nos moldes dos estudantes – que tantos os meios de comunicação (com noticiário eivado em interesses eleitorais e sem uma edição mais enxuta e clara) e os senhores de toga, perdem uma grande oportunidade de esclarecer a opinião pública do que de fato aconteceu e/ou está acontecendo…