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Os covers de Raul

A vida de Raul Seixas sempre foi conturbada. O baiano teve cinco casamentos, três filhas – das quais duas ele sequer teve contato mais profundo por morarem nos Estados Unidos -, era usuário contumaz de bebidas e drogas (éter). Mas, curiosamente, seus covers têm uma vida das mais regradas. A rotina deles, geralmente, se resume em realizar shows e, depois das apresentações, irem para suas casas encontrar com seus familiares.

– Fora do meu trabalho, tudo segue em uma vida normal. Eu sou o Léo. Depois que você sai para a rua, vira uma pessoa normal, com família e coisas para fazer também – diz Léo Seixas, que tem 54 anos e não tem filhos. “Mas, tenho um monte de sobrinhos que adoram ver o tio cantar. Sou, de certa forma, um exemplo para eles também”.

– O Raul viveu do jeito que quis viver – diz outro cover Roberto Seixas. “Cada um vive da sua maneira. Tenho família, duas filhas, netos. Preciso pensar neles também. Meu trabalho (quase missão) é repassar a mensagem de Raul, e isso não passa necessariamente por seguir tudo o que ele fez na vida dele”.

Roberto Seixas tem uma agenda de quase 150 shows por ano. Seriam precisos alguns anos para Raul atingir essa marca de apresentações. “Há muita gente querendo saber de Raul, saber o que diz cada letra. Meus shows, por exemplo, têm um bom público e acaba trazendo novos convites para novas apresentações”.

– As músicas do baiano são eternas – diz Ayrton Ramos, outro cover de Raul. “Apesar de tudo o que aconteceu na vida dele, o cara era um tremendo conselheiro. Foi ruim para ele mesmo. Mas, sua obra não morre jamais”.

* Do livro-reportagem “Toca Raul! – A influência do maluco-beleza nos jovens”, apresentado em 2010 como trabalho de conclusão do curso de jornalismo pelos então formandos Bruno Bello, Gustavo Marson, Jéssica Roccela, José Roberto e Raphael Rocha.