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O alegre povo de uma triste Nação

"A verdade é filha do tempo, e não da autoridade." (Galileu Galilei)

01. Talvez seja apenas impressão minha. Mas, tenho notado que a Nação brasileira anda numa profunda tristeza. E creio que parte desse desalento deve-se às tais comemorações de 500 anos do Descobrimento (ou Achamento, como preferem os patrícios portugueses). Foi um fiasco revelador de a quantas anda um País que sempre imaginou ter para si reservado um futuro glorioso, repleto de conquistas e farto em justiça social.

02. Você pode estar me perguntando: mas por que falar disso agora que a coisa toda já passou, e de uma forma muito, muito triste por sinal? Bem, o que quero dizer é que é exatamente por isso. O brasileiro tem a alegria por vocação. E, embora exiba um jeitão indolente de levar a vida, sempre ousou sonhar com o definitivo despertar de dias melhores. Gabou-se de pertencer a uma Nação jovem, com longo caminho a ser percorrido. Apesar de todas as tragédias que assola seu dia-a-dia (e que vai do desemprego ao mar de lama que inunda os gabinetes oficiais), revelou-se ordeiro e determinado em seus anseios. Sequer acovardou-se diante das várias formas de autoritarismo que o sufocaram em períodos sucessivos. Mesmo quando essa prepotência surge em discursos elaborados por doutos senhores que se diziam democratas e, agora, encastelados no Poder, mandam tropas para controlar qualquer manifestação popular que não seja a seu favor…

03. Mesmo assim, vale lembrar, nesta semana que teve um dia consagrado ao Trabalhador (1º) e outro à Liberdade de Imprensa (3), renova-se a cada dia o sonho de todos nós.

04. Esses maus brasileiros ainda não entenderam — ou melhor, fingiram não entender — o apelo de uma Nação que resiste às conveniências pessoais ou de grupelhos. Caminha em frente apesar dos escândalos com o dinheiro público, do entreguismo desbragado que aqui se instalou e da falta de investimentos e diretrizes para setores fundamentais como Educação, Saúde, Trabalho e Segurança. Tudo o que um dia nos foi mostrado com a mão espalmada de um candidato a presidente — e hoje nos é sonegado, na maior desfaçatez.

05. Ao invés de estratégias marqueteiras e anúncios de feitos que nunca se concretizam, esses senhores fariam melhor se desse mais atenção à voz rouca das ruas. Queremos participar decisivamente do destino deste grande País, empobrecido por governos inéptos ao longo de lá se vão 500 anos. Participar significa estar a frente da reconstrução nacional. Que, entenda-se, não pode mais ser postergada em nome de situações-fantasmas que não nos amedontram mais. Falar que o aereoporto é a única saída para a crise que vivemos pode ser uma piada oportuna. Mas, não corresponde à verdade que está em nossos corações…

06. Todos concordam — até mesmo as nações mais desenvolvidas: o Brasil é um país viável. Só precisa deixar de ser o paraíso dos privilegiados para tornar-se verdadeiramente a Pátria almejada por todos os brasileiros…