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Para dizer que não falei do 11 de setembro

"O desejo mede os obstáculos. A vontade os vence" (Alexandre Herculano)

01. A semana trouxe como grande manchete a inevitável reprospectiva do trágico 11 de setembro de 2001. Mesmo num ano de acirrada disputa eleitoral, não houve como os noticiosos, de todos os portes e calibres, fugirem das análises e comentários sobre as conseqüências do atentado. Não poderia ser diferente. O mundo nunca mais foi o mesmo.

02. Vi, ouvi e li uma infinidade de reportagens sobre aquela malsinada manhã de terça-feira. Um bom número delas quase que a culpar a arrogância dos americanos no trato das questões internacionais como responsável pela tragédia. Algo assim como a dizer colheram o que plantaram. Outras matérias tentam demonizar os algozes do WTC como que vivessem unicamente para matar ou morrer.

03. Por mais que esses tipos de reflexões tenham lá seu fundo de verdade, não consigo ter a tal eqüidistância dos fatos. A morte encravada e repetida na tela da TV a invadir nossos olhos e mentes, a expectativa de quantos aviões ainda estariam em poder dos grupos radicais, os prédios se desmilingüindo em uma nuvem de pó, a expressão do absurdo nos rostos das pessoas… Foram cenas chocantes, tristemente inesquecíveis.

04. Naquele momento, como agora quando lhe escrevo, a sensação é a mesma. Todos perdemos. Não há vencido, nem vencedores. Entre os escombros, definhou e morreu uma parte importante de nós. Uma parte que recenderia ao que melhor temos como pessoa e cidadão. Há quem a chame de fraternidade. Outros preferem dizer esperança solidária. Mas, todos, todos mesmo, a entendem como fundamental para a construção da tão almejada paz entre os homens de boa vontade.

05. Aliás, essa sensação de perda (e da absurda estupidez do homem) é diaria, infelizmente. E se faz presente sempre que constatamos mais uma injustiça, outra chacina, um novo escândalo envolvendo poderosos, a mais recente vítima da bala perdida, o eterno conflito entre povos, o ser humano insensível à dor de um irmão…

06. Esses fatos estão todos os dias nos noticiários. E muitas vezes nos soam indiferentes. Naquele 11 de setembro, todos estávamos diante da TV e foi impossível virar os olhos — ou desligar a TV — e fingir que nada acontecia…