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O Parque da Independência…

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Fotos: Divulgação

Acho até que combinaram. O Amândio e o vereador Almir Guimarães me encaminharam, dias atrás, esse leque de fotos do novo Parque da Independência, revitalizado e bonitaço a ser entregue pelo Governo Estadual ainda em setembro para lazer e desfrute da população paulistana.

Agradeço a gentileza dos amigos.

Confiram algumas dessas imagens:

Meus caríssimos amigos, Amândio e Almir, sabem do meu carinho especial pelo local, fruto dos meus quase 30 anos de militância no jornalismo regional.

Fui diretor de redação da então combativa Gazeta do Ipiranga.

Além do que, o Museu do Ipiranga, principal atração do Parque, foi objeto de estudo da minha dissertação de mestrado na virada deste século.

Convenhamos:

Ninguém fica impune após estudar durante dois anos e tanto a história e a importância da centenária instituição.

Aliás, e para lhes ser franco, ainda hoje acalento o desejo de, após ajustes gerais, ver transformado em livro impresso este meu trabalho que teve a orientação da professora Graças Caldas, ali, pela virada do milênio.

Falo deste desejo, menos por qualquer pretensão autoral, e, sim, porque destaco, na pesquisa acadêmica, a magnitude da administração do saudoso professore historiador José Sebastião Witter como diretor do Museu no período de 1994 a 1999.

Este, sim, um empreendedor visionário.

“O prédio do Museu do Ipiranga é a obra mais valiosa de seu acervo”.

Na ocasião, o denodado professor tomou para si a tarefa de realizar uma extraordinária e ampla reforma orçada em 7 milhões de reais e que, literalmente, salvou o Museu do que seria um desastroso desabamento, tamanho abandono em que a velha construção se encontrava.

Não sei bem se é de bom tom, mas acho oportuno lembrar que, em 1972, o Governo Militar transformou todo o Parque da Independência num grande instrumento de propaganda oficial com a implantação, no local, do mastodôntico espetáculo de Luz e Som.

Lembram dos festejos festejos do Sesquicentenário da Independência?

Pois então…

Até uma mostrenga arquibancada de cimento foi construída sobre os jardins para que o público saudasse “os feitos e as glórias dos então Senhores do Poder”.

Todo um pesado equipamento de som, além de grandes holofotes, espalharam-se estrategicamente tendo suas fontes e jardins, alas e o telhado do prédio histórico como base de apoio e sustentação.

Anos depois, quando os ventos da democracia começaram a soprar e zerou o interesse pela estratégia marqueteira da Redentora, encerraram-se as apresentações e o inconveniente espólio ficou por ali a carcomer e destruir as estruturas do prédio que data do fim do século 19.

(O Museu começou ser construído em 1870.)

Esquecido pelas autoridades da vez, o Museu teve uma das alas seriamente comprometida a ponto de dar sinais claros de que poderia ruir a qualquer momento.

Foi quando, venturosamente, em 1994, o Prof. Witter foi indicado para a direção do Museu e, corajosamente, tomou para si a hercúlea tarefa de reconstrução. Teve apoio, para isso, da iniciativa privada e alguns bastiões da sociedade como a Fundação Roberto Marinho, a Fiesp, o jornal O Estado de S. Paulo, a própria USP, as entidades representativas do bairro do Ipiranga e nossa humilde Gazetinha.

Esse trabalho, concluído em 1999, com implementação da iluminação externa, fez Museu retomar ao devido lugar entre as principais referências do gênero no Brasil e no mundo.

Witter se aposentou da USP (a mantenedora da instituição) nos idos de 2000 – e, por conta disso, saiu do Museu.

Quinze anos depois, outra vez, a aclamada instituição fechou suas portas à visitação pública, pois vivia novamente um estado crítico.

Fica aí o alerta, amigos.

Não me julguem um estraga prazer.

Saúdo o novo Parque da Independência e o novo/velho Museu Paulista da Universidade de São Paulo, cartão postal de nossa querida cidade.

Mas, sabem como é, vivemos um ano eleitoral – e comemorativo dos 200 anos da nossa independência.

Fiquemos atentos, pois.

Desfrutemos do Museu, do Monumento, das alamedas, dos jardins e de todas as outras benfeitorias que o local pode nos oferecer.

Mas, porém, contudo e todavia…

Vamos torcer que, desta vez, a história seja outra…

1 Response
  • Amândio Martins
    12, abril, 2022

    Caro amigo, Rodolfo Martino, grande jornalista e professor.
    Agradeço a deferência.
    Sinto-me lisonjeado, mas não merecedor.
    Que linda história.
    Desejo conhecer sua dissertação que, com toda certeza, está repleta de revelações históricas de nosso querido, denominado atualmente e justamente, Museu do Ipiranga.
    Gratidão.
    Abraços ipiranguistas e de liberdade.

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