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Ah, esses moços…

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Poupo-lhes das minhas impressões sobre as recentes pesquisas eleitorais.

Ficaram pelo caminho.

Perderam a validade.

Por um motivo bem simples.

Agora é pra valer…

O Partido dos Trabalhadores acaba de confirmar o nome de Fernando Haddad como seu candidato à Presidência da República, tendo como vice a deputada Manuela D’Ávila, do PC do B.

Muda a cenário?

II.

Pode ser que sim.

Mas, é bem remota a chance.

Fica a dúvida se a dupla vai conseguir, em tão pouco tempo, herdar a popularidade do até então candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, até então (para horror dos Donos do Poder) favorito em todas as pesquisas de intenção de votos.

Acho difícil.

No meu entender, é muito pouco tempo para que haja a  transferência total de votos.

Penso que, nesta altura do campeonato, todos já estejam com a escolha encaminhada, mesmo que raros a manifestem. Vai daí que discussões e radicalização não levam a nada.

É perda de tempo.

III.

Quero registrar que lamento profundamente as recentes declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, ao jornal O Estado de S.Paulo quando coloca em xeque a autenticidade das próximas eleições.

Falou em tom de ameaça, de forma autoritária.

Inoportuna diante de tudo o que estamos presenciando e vivendo – inclusive a injusta prisão do ex-presidente Lula. Que a ONU condenou de forma contundente.

Enfim…

IV.

As cartas estão na mesa.

Vale o esforço dos candidatos.

Como disse acima, o pessoal já está com o voto bem encaminhado.

Querem um exemplo?

Conto a seguir uma cena que vivenciei neste fim de semana.

Leiam!

V.

Um bando de amigos e conhecidos (oito, ao todo; com algumas deserções momentâneas) reuniram-se na tarde de sábado para um churrasco em comemoração ao aniversário de um deles.

Não se veem com frequência. Moram em cidades diferentes – e, sempre que podem ou dá na telha – viajam para uma pacata cidade do interior de São Paulo, onde alguns têm parentes, outros são de lá mesmo – e assim espairecem, derrubam a tal saudade que arranha, mas não machuca, e falam de futebol e dos tempos idos quando eram jovens e inconseqüentes.

A política nunca foi o forte do pessoal.

De profissões variadas – aquelas de sempre, advogado, médico, engenheiro, funcionário público etc. Ou são aposentados ou estão em vias de… -, têm comum a pacata cidade, perdida em meio às montanhas do Vale do Paraíba, algum parentesco e as tais lembranças e, sobretudo, a amizade.

Por isso, quando a turma – já devidamente calibrada na cerveja e fartando-se de carnes e petiscos – esqueceu o clássico Palmeiras e Corinthians (que se realizaria no dia seguinte, o domingo) para enveredar para o áspero tema da política, preferi me afastar um tantinho da roda. Temi pelo pior.

Aos poucos, porém, fui me achegando ao grupo na medida em que percebi que os riscos de combustão foram habilmente descartados pelo bom-humor dos amigos.

O mais empolgado era o declarado eleitor do Bolsonaro.

Fosse qual fosse o rumo que a conversa tomava, ele se saía com essa:

– Por isso vou votar no homem.

Havia um constrangido eleitor do Alckmin que, só lá pelas tantas, resolveu declarar voto:

– Ele tem experiência como governador de São Paulo – e tudo o que há de melhor no país está aqui.

Um debochado – juro que não fui eu – lembrou a facção criminosa que nasceu no Estado e hoje domina o país e até se intercionaliza.

Foi a deixa para o bolsonarista, repetir o bordão.

– Por isso vou votar no homem.

Outro ainda que timidamente aventou a possibilidade de votar no candidato do recém formado Partido Novo.

– Quem?

A pergunta dos demais, em uníssono, veio obviamente em tom de provocação:

– Aquele lá… Amoêdo. João Amoêdo. Acho que é este o nome dele. Parece bom.

– Isso João Amoêdo – confirmei, e dei a ficha:

– Banqueiro, dono de uma fortuna declarada de 400 e tantos milhões…

– Vai defender os interesses de quem. Adivinha? – provocou um dos que, como eu, não anunciaram voto.

(Éramos em 5, os que oscilavam entre o Centro e à esquerda.)

Acham que o eleitor do Bolsonaro, mesmo sabendo de nossa ojeriza ao candidato dele, perdeu mais esta chance?

– Por isso vou votar no homem, sacramentou convicto, mesmo sendo voz isolada na roda.

Todos riram; digamos que criticamente.

E para o bem de todos, e felicidade geral do restante de familiares e amigos, já preocupados com o teor da conversa, alguém de fora do grupo propôs que era hora do bolo e, depois, do carteado

– Vão brincar, vão…

– Truco!

Aí, sim, gritaria e a diversão eram permitidas e muito bem vindas.

– Só depois de cantar os parabéns, advertiu a nossa anfitriã esbanjando bom senso.

Ah, esses moços…

 

 

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