Leio na Folha de hoje, seção Tendências/Debates, a discussão do tema “Minhocão deve ser desativado e demolido?”. Divergem sobre a questão dois – creio eu – especialistas no assunto – o vereador e deputado estadual eleito, Coronel Telhada, e o jornalista Thiago Carrapatoso, que é integrante do movimento SP sem Minhocão.
Não preciso dizer, mas digo: Telhada é a favor que a via expressa seja desativada e que a Prefeitura a transforme em um longo e sinuosos parque ; Carrapatoso defende que o ”absurdo” venha abaixo, desapareça, sem deixar vestígios.
Como de hábito e costume, não fui chamado a dar palpite algum. Não sou urbanista. Não moro nas imediações e passo por ali, de quando em muito quando... (Talvez agora com a inauguração do Allianz Parque eu seja mais frequente por ali) Mas, permitam-me, quero dar o meu pitaco em tão transcendental assunto.
Seguinte.
Se é para desativar o Minhocão, livra-lo dos carros, amém, e bancar a revitalização de toda a área, não vejo outra alternativa senão pagar o preço (e que preço!) de derrubar a coisa toda. Que se aposte e invista na recuperação de toda aquela região que se viu flagelada a partir da construção do Elevado Costa e Silva no início dos anos 70.
Penso sobretudo nos moradores dos prédios que o circundam.
Se o irracional encanto malufiano de se implantar um ‘mostrengo viário’ a metros da janela do quarto onde dormem, os fez conviver com o ruidoso tormento provocado pelo ir-e-vir dos automóveis, seria mais do que merecido lhes oferecer agora – ou melhor, ainda depois dos trabalhos de demolição, que, registre-se, não serão fáceis – o direito de viver uma vida normal, sem a onipresença de uma estrutura de concreto a obstaculizar passos, olhares e sonhos.
Todos ali têm o merecimento a um cotidiano tranquilo.
A cidade agradece... |