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Caro Leitor,
O que vocę faria no lugar do goleiro Felipe?
Fim de jogo em Campinas. Um a zero para o Flamengo. Pęnalti duvidoso – e pőe duvidoso nisso – a ser cobrado contra a meta que vocę defende. A própria Fiel torcida corintiana grita eufórica para que deixe a bola entrar, vire ŕs costas para Léo Moura que vai fazer a cobrança...
Outra cena emblemática.
Agora, coloque-se no lugar do torcedor do Gręmio.
Teve um ano pífio.
O tricolor năo chegou sequer a Libertadores.
No último jogo do campeonato, vai enfrentar o Flamengo.
Se tirar um pontinho sequer do Mengo, pode dar o título ao arquirival Internacional que, assim, consolidaria a hegemonia no futebol dos Pampas.
Vocę terminaria o jogo de ontem – na vitória frente ao Barueri – gritando “Mengo, Mengo” como a massa fez?
Veja bem, caríssimo. Năo estou querendo explicar. Só entender...
Eu mesmo fiz um “laboratório”, como diziam meus amigos atores, e me vi todo engravatado no calor abrasador do gramado da Vila Belmiro.
Sou o próprio professor-treineiro em fim de mandato do Santos Futebol Clube.
Domingăo, meu time pega o Cruzeiro e, jogo jogado, dependendo do resultado, dou de bandeja a classificaçăo do Palmeiras para a Taça Libertadores.
“Exe pojeto era meu” – digo aos botőes do meu bem cortado paletó. “Foi aquele presidente retógado que me dispensou, como se fosse um ditador.”
Brincadeiras e imaginaçăo ŕ parte, vença quem vencer, este foi o mais disputado Campeonato Brasileiro que se tem notícia.
Imprevisível e divertido.
Maluco-beleza, no dizer do mago Raul Seixas.
A ponto de colocar em xeque até a credibilidade – até entăo inexpugnável – da fórmula dos pontos corridos.
De qualquer forma, vai entrar para a História do Planeta Bola... |