Vestibular
Foi quando aquele professor de cursinho
teve a súbita idéia. Propôs à mulher
que estava ao seu lado a seguinte questão:
A – Acabou de acabar
B – Enfim, o fim
C – Já era
D – Me esquece
Ela lindamente respondeu:
-- Nenhuma das respostas anteriores, benzinho.
Só então ele se deu conta
de que a vida vai além dos testes
de múltipla escolha. A alternativa correta
foi continuarem juntos.
Ao menos até o próximo simulado...
II.
A balada
-- Eaê?
-- Belê...
-- Então, tá...
-- Fui...
-- Valeu, véio...
-- Demorô...
Pois é. Alguém já disse
há mais mistérios entre o céu e a Terra
do que supõe a nossa vã filosofia.
Mas, estou convicto de que nem ele
imaginou que seriam tantos e tamanhos.
III.
Histórinha
Enquanto isso, nos bastidores daquele
famoso telejornal, decidia-se
o destino da humanidade...
William:
-- Vem comigo. Preciso de você
para contar a história do mundo...
Fátima:
-- Não. Agora não dá...
William:
-- Por quê?
Te amo, Fa. Vem...
Fátima:
-- Que conversa! Não vê
que agora estou fazendo
'escova progressiva'.
VI.
Hora errada
Toda vez naquela mesma data,
o cunhado ligava a cobrar.
Mas, desta feita, não foi num bom momento...
-- E aí, carão, como está?
Como está a minha irmã...
-- Tudo bem. Tudo bem...
-- Pois é. Mais um aniversário
de casamento, hein...
Grandes comemorações.
Você é o meu cunhado preferido...
-- Também você só tem a mim
de cunhado, pô...
-- 40 anos de casados.
Quem diria... Parabéns!
-- Pois, então.
Não precisa me lembrar, não.
Se tivesse matado alguém
ou roubado um banco, já estaria livre...
No entanto, vê? Continuo ‘em cana’...
Bip, bip, bip, bip...
(Caiu a linha, providencialmente)
V.
Pós-balada
Carlinhos Brown, a síntese e a ironia:
“A namorada tem namorada”. |