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Eufrázio
11/02/2007
 

Eufrázio não nasceu aqui.
Veio menino de tudo para cá.
Tinha lá seus dez, doze anos.
Chegou mais pai, mãe e
uma penca de irmãos.

Não sabiam o que iriam enfrentar.
Mas, vieram com a cara, a coragem,
uns trapinhos e uma baita fome
de muitos dias.

Na boléia do pau-de-arara
que os trouxe, comiam era pó
e um naco de esperança.

II.

São Paulo já àquela época dava a pala
da cidade louca e envolvente que ainda
hoje é. Estudantes nas ruas.
O Santos de Pelé. Os festivais da Record...

(À primeira impressão que teve
ao ouvir "Domingo no Parque"
num radinho Speaker foi de imensa tristeza,
como se conhecesse João e José.
"Eles eram tão amigos", lamentou).

... Os automóveis, ônibus, o Viaduto do Chá
-- enfim, os atribulados anos 60 a mudar
as feições da cidade/locomotiva que
levaria "o Brasil rumo ao seu grande destino".

III.

Tinha consciência de que não era
um pioneiro. Desde meados da década anterior,
tocadas pela seca e pela miséria,
levas e levas de nordestinos migraram
para o que imaginavam ser o sulmaravilha.

Vinham como podiam.

Traziam um balaio de tralhas,
um aboio de saudade no peito e
o áspero sonho de uma vida melhor.

Áspero porque não enternecia,
não encantava...

Debandavam porque a terra estorricada
não lhes dava outra alternativa.

IV.

Eufrázio e os seus foram dar
com os costados (ou o que restou deles)
num cortiço, lá no Cambuci.

O galpão de uma fábrica abandonada
transformara-se no abrigo de uma dezena
de famílias aparentadas ou simplesmente
vindas das mesmas paragens.

Velhos lençóis e grandes pedaços
de lona usada tomavam forma de paredes
e delimitavam os cômodos
que cada grupo ocupava.

Notou os vincos de arrependimento
no rosto do pai. Os irmãos reclamavam
entre si. Falavam em fugir, falavam em voltar,
falavam da besteira que fizeram em vir,
do cinza do céu, da pressa e amargor do
povo nas ruas, indo e vindo,
indo e vindo, sem rumo, sem prumo,
indo e vindo, indo e vindo,
sem nada entender, sem nada conquistar.

V.

Ameaçaram ir ao pai.
Logo entenderam que seria em vão.
Não era coisa de cabra-macho dar para trás.
Decisão tomada era decisão cumprida.

Vieram para São Paulo e
não tinham sequer como voltar.
Teriam de se aguentar.

Aquela espelunca era um bafo quente só.
Fedia a urina e a suor.
As crianças menores choravam...

Em compensação, o cimento
do chão à noite era gelado, duro...
Não havia como dormir.
Não havia como não sonhar.
Não haveria volta...

VI.

-- Um dia, a gente pega o caminho
de volta -- era o irmão mais velho,
o Belgrado (que mais tarde ficou conhecido
no pedaço como Bececê, nome
de um ponta-esquerda baiano,
de chute forte, que o Palmeiras
acabara de trazer da Bahia).

Era o único que se preocupava
em lhe consolar sempre que,
desolado num canto, enfiava
a cabeça entre os joelhos, procurava
esconder o choro e a humilhação
de estar ali, naquele momento,
num lugar que não era o seu,
num tempo que teimava em não passar.

VII.

De nada valeu o desespero.
De nada valeu a ameaça de rebelião.
O silêncio do pai anunciava a decisão.

Aos poucos, o cimento se
entranhou no corpo e na alma.
Era o jeito de amoldarem à nova vida.

Foram se deixando ficar.

O pai arranjou um emprego numa construção.
Os irmãos cresciam, davam rumo
às suas vidas. Nada era maravilhoso.
Óbvio que não. Nada era fácil.

Mas, tem uma coisa,
comida já não faltava...

*AMANHÃ CONTINUA...

 
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