Leiam as declaraçőes do técnico Renée Simőes – se é que elas năo chegaram até vocęs.
Está em qualquer relato do jogo e do pós-jogo entre Santos e Atlético-GO, equipe que Simőes dirige há algumas semanas.
Com sua vasta experięncia no futebol brasileiro e internacional, passa a maior carraspana no garoto Neymar.
Mais do que merecida, diga-se.
E conclui, enfático:
-- Estamos criando um monstro.
Educado e cortęs que só, Simőes năo citou nomes, mas é evidente que a carapuça serve a tantos e tamanhos.
Ele năo disse, mas digo eu, sem que ninguém me perguntasse.
Todos fomos lenientes nesse processo de endeusamento precoce de um garoto bom de bola.
Mais um que pode ficar pelo caminho, ressuscitando a velha máxima da novela Roque Santeiro:
“O que foi sem nunca ter sido.”
Escrevi “fomos” porque entendo que boa parte de culpa cabe a nós outros, da intitulada “crônica esportiva”.
Pagamos de fanzocas, talvez pela ânsia de ver renascer o tal futebol arte.
Perdemos o equilíbrio do comentário.
Esquecemos que o campo de jogo năo é feito único e exclusivamente Naviraienses.
Năo demos tempo ao tempo.
Enchemos a garotada da Vila – especialmente Neymar e Ganso – de elogios, badalaçőes, twitters e perdőes.
(Lembram do episódio em que Paulo Henrique Ganso năo quis sair de campo, contrariando a determinaçăo do técnico Dorival Júnior?)
Resultado: ajudamos a criar celebridades que se imaginam acima do bem e do mal, o pop star da vez.
No fundo, no fundo, crianças mimadas que teimam em năo crescer. |