Velhos emails.

Lembranças que hoje
divido com vocês...

II.

Transcrevo o email que recebi,
em maio deste ano,do meu sobrinho
Marcelo (Tchelo) que,
aos trinta e quebradinhos, lembra
o tempo em que era garoto. À época,
eu deveria ter se tanto a idade
que hoje ele tem. E organizava
um grande racha com a sobrinhada
no primeiro espaço livre que se
apresentava – podia ser um terreno
baldio, a rua sem saída onde eu morava,
ou o quintal da casa da dona Yolanda.
Para os meninos, a vó Landinha...

Era uma epopéia.

Vejam o que o Tchello
me escreveu:

"Herói? Já vi!!!
Levava os seis sobrinhos
para jogar bola. Não havia hora
pra começar nem terminar.
Efeito visual? Não, força!!!
Raio laser? Alegria!!!
Munição? Saude!!!

Hoje, quando levo
o meu sobrinho pra jogar bola
e volto com dor nas costas penso:
Conheci um herói, meu tio!"

Fala sério, cara...

II.

Uma internauta abre a discussão
e faz uma estranha analogia
do que eu escrevo e o reino animal:

"Gosto da forma como você
questiona a linguagem do blog
e abre para a reflexão dos leitores.
Mas, na verdade, este é um espaço
que você como tantos está
aprendendo a conquistar.

Considero um grande desafio
esse blogar infinito. Essa sua
pontualidade diária é pioneira
e você vem se empenhando
e se preocupando em quebrar
o cotidiano dos seus leitores
com histórias, questionamentos
ou um breve sonhar.

Acjo importante. Você criou
um espaço e a porta está aberta...
Pode estar certo que os leitores
ficam sempre de olho espiando
o poeta tartaruga ir pelo mundo
afora para desovar
no lugar onde nasceu."

Já me chamaram de quase tudo
na vida. Uma vez na porta da igreja
uma senhora me perguntou se eu
era padre. Outra, em frente ao prédio
onde moro, uma vizinha recém-chegada
queria saber se eu era o marceneiro.

Quando 'esquento' me chamam
de calabrês, essas coisas...

Agora, poeta-tartaruga, fala sério...

Sem comentários.

III.

A Sandra trabalhou com a gente,
aqui, na Universidade Metodista,
muito tempo. Quando partiu para
novos desafios, deixou um recado bonito,
assinado pela pena do poeta Vinicius de Moraes
e pelo coração da própria Sandra.

Leiam!

"A amizade é um sentimento
mais nobre do que o amor."

Faz sentido - e isso a gente fala sério,
brincando, sorrindo, chorando,
em verso e prosa, em dia de chuva,
em dia de sol, dentro do possível
e do impossível também.

Só não deve nunca
deixar de dizer...