Sílvio Santos completou 80 anos ontem.

O blog iria passar batido pela data, pois são tantas e tamanhas as histórias e – como diriam os antigos – estórias que marcam a vida do Homem do Baú que, imaginei, o que poderia eu acrescentar aos seus feitos e conquistas?

Era moleque ainda quando ouvi, pela primeira vez, falar de um certo Sílvio Santos.

O homem era locutor comercial da Rádio Nacional de São Paulo e o apresentador do Programa Manoel de Nobrega – ou seja, o próprio – o chamava de o Peru Que Fala.

Segundo consta, SS corava de timidez toda vez que deveria enfrentar o microfone para dar o recado; daí o apelido. Vale dizer que não deveria ser fácil mesmo trabalhar no meio de tantas feras que então compunham o cast ao vivo do programa: Ronald Golias, Carlos Alberto de Nóbrega, Canarinho, Roberto Luna, Lana Bittencourt, entre outros.

Difícil supor, àquela altura, que o ex-camelô se transformasse no mais importante nome da TV brasileira, o apresentador que melhor entendeu e se etendeu com o veículo que mudou a cara do Brasil nos últimos 50 anos.

Sílvio é mesmo um fenômeno de comunicação que, a princípio, foi desprezado pela ‘inteligência’ nativa. Com passar dos anos, porém, consolidou-se como uma verdade inexorável, um cult.

Li nos jornais de ontem que Sílvio estava celebrando seu aniversário nos Estados Unidos, junto aos familiares. Mesmo assim, resolvi dar uma zapeada para conferir a concorrência e vê-lo em ação, ainda que em programa previamente gravado.

Domingão à noite na TV é triste, mesmo assim encarei firme.

Peguei o finzinho do Fantástico, a reportagem do ‘novo’ filho do Ronaldo na Record, o Mesa Redonda na Gazeta, um filme na Band e o Marcelo Tass, na Cultura, dissertando em tom professoral sobre comunicação no Café Filosófico.

Enquanto isso, no SBT, Sílvio atirava aviãozinho de dinheiro para uma platéia ensandecida.

É ou não é a cara do Brasil.