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Cansei
11/08/2007
 

Não é para contar vantagem, não.

Os leitores sabem que não sou desses trelelês.

Sou mesmo um anônimo escriba, com a alma-sem-alma de repórter ‘vira-lata’. Não busco a grande manchete, nem o ‘furo’ de reportagem que vá salvar o planeta do cataclisma final. Nada disso. Vivo apenas por uma boa história – e a sua distinta atenção.

Isto posto, vamos ao que se pode.

Lembro aquela velha citação – e explico na seqüência.

“À mulher de César não basta ser honesta. É preciso parecer honesta.”

Seguinte.

Que me perdoem os gabolas da vez, mas essa história de uma tal manifestação cívico nacional, denominada “Cansei”, é um caso explícito de apropriação indébita e descarado plágio.

Não me levem a mal, não. Mas, a idéia é minha – e não é de hoje.

Não falo a tal mobilização, os propósitos e o escambau. Mas, o conceito.

O conceito é meu, ninguém tasca.

Vou lhes explicar tim-tim por tim-tim.

A coisa toda remonta aos meados dos anos 50.

Sempre fui um garoto espigado e com uma tendência, que ainda hoje cultivo, de ficar a imaginar coisas...

Pois, então...

II.

Todos os anos, meu bom padrinho, Seo Alexandre, me presenteava com um terninho de calças curtas no dia do meu aniversário. Foi assim quando fiz dois, três, quatro, cinco anos... Se quiserem posso até mostrar as fotos para provar.

Havia todo um ritual – que incluía as orações da minha madrinha, Dona Gisela, e um ir-e-vir à alfaiataria.

Não era assim: entra-se em uma loja qualquer, compra-se e pronto. Com cerca de 20 dias de antecedência, o padrinho passava para me buscar – ele tinha um baita carrão, daqueles rabo-de-peixe. Íamos “tirar as medidas”. Ele escolhia o tecido; eu, a cor, sempre em tons convencionais e escuros.

Voltava lá uma semana depois para experimentar a prova. O paletó parecia uma armadura, enfeitado com aqueles fiozinhos brancos.

O certo é que no dia 4 de dezembro eu estava nos trinques para a festinha de aniversário.

Sapatos engraxados, brilhantina no ameaço de topete e o elegante terno novo.

Como disse, foi assim até os cinco anos.

III.

Corria o ano santo de 1956 sem maiores atropelos pelos lados do Cambuci e cercanias. Muito talvez em função das orações da madrinha Dona Gisela. Até que numa bela manhã de sábado – como a de hoje, aliás --, um caminhão de mudança parou ao lado da minha casa na rua Muniz de Souza. Estava indiferente àquela movimentação, quando alguém disse:

-- O Pitchinim vai ganhar uma namorada.

Pitchinim era eu – e entre os novos vizinhos estava uma garotinha de cabelos claros, da minha idade.

Cidinha.

Não entendi a graça da observação. Nem porque todos riram.

Aliás, não entendi nada – desculpem a digressão; mas, como ainda hoje muitas vezes acontece em situações parelhas. Nada entendo.

Sei que, a partir desse dia, todo fim de tarde eu e ela nos encontrávamos. Era costume as mães esperarem os maridos no portão das respectivas casas. Eu e ela ficávamos por ali com nossos brinquedos ou simplesmente a correr juntos pela calçada. Fazíamos de conta que procurávamos algo – que, da minha parte, digo: nunca achei. Mas, continuo procurando...

Sempre que algum conhecido passava, fazia a observação:

-- Olha os namoradinhos.

IV.

Por que será que estou a lembrar essa história?

O tema do post-crônica era outro – e volto agora ao tal, prometo.

Então...

Quando foi chegando o fim de ano, não sei precisar dia e mês, o pai lembrou que logo logo iríamos ao alfaiate para tirar novas medidas para um novo costume. Aí, meu deu o estalo.

Era um garoto espigado, como já os informei. Ou será que lembrei do rosto bonito de Cidinha?

Sei que criei coragem e disse com todas as letras.

-- Pai, cansei de usar calças curtas. Isto é coisa de criança. Quero um terno de calças cumpridas e azul marinho...

O pai riu debochado – mania que os adultos têm de não compreender, de primeira, nossas necessidades mais urgentes.

Daí em diante, todos os dias, repetia a mesma história para minha mãe, para minhas irmãs, para o meu tio Neno, para a vó Ignês e até os meus amigos Betão e Zeola não suportavam ouvir a minha reivindicação.

-- Cansei de usar calças curtas...

Ou seja dei início a manifestação "Cansei... de Usar Calças Curtas".

V.

Claro que poupei a Cidinha dessas aporrinhações. Não pegaria bem. Mas, quando todos me viam chegar de mansinho, já sabiam o que eu iria falar.

-- Cansei...

Para o meu pai, não disse mais nada. Todos reclamavam que o Aldão era pavio curto. O vô Carlito, também. Todo dia ele perguntava se eu já havia beijado a “minha namorada”, o que me deixava sem graça, sem graça. E sem resposta.

Deixa pra lá...

Enfim, parece que a minha campanha “Cansei” deu certo – ou quase...

VI.

No histórico dia 4 de dezembro de 1956, me sentia elegantíssimo num terno marinho de casimira, de calças cumpridas com barra italiana e vincos.

Está certo que a minha irmã Rosa falou que eu estava parecendo um “anãozinho”.

Mas, isso não foi o pior...

Não sei bem o que aconteceu. Ouvi dizer que foi dinheiro. Mas, uns dias antes do aniversário o mesmo caminhão parou no mesmo lugar. E os novos vizinhos se foram assim como chegaram. Do nada, para o nada. Levaram Cidinha, claro. E nunca mais soube da menina de cabelos claros e rosto bonito...

Acho que se ela me visse naquele dia, eu teria o quê responder ao vô Carlito.

Acho, né...

 
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